MOÇAMBIQUE faz parte dos países considerados maiores produtores de grafite, no mundo, segundo disse ontem o Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a inauguração da mina de Balama, na província de Cabo Delgado. Trata-se de um empreendimento com capacidade para, na fase de pico, produzir 250 mil toneladas deste minério por ano.
O Chefe do Estado disse na ocasião que a entrada em funcionamento do empreendimento se enquadra na visão estratégica do Governo, que visa a industrialização do país.
Filipe Nyusi destacou que a entrada em actividade da unidade de exploração e processamento do minério coloca Moçambique no mapa dos maiores produtores, à semelhança de países como China e Brasil.
A mina de grafite de Balama é um projecto de impacto nacional e internacional com um investimento estruturante de cerca de 250 milhões de dólares e que vai contribuir, significativamente, para a economia nacional e melhoria das condições de vida da população.
“O País está a ganhar e a qualidade de vida da população vai melhorar,” disse o Presidente da República.
Nyusi realçou que a mina entra em acção numa altura em que a economia nacional enfrenta desafios e reafirmou que o governo vai continuar a incentivar a construção de infra-estruturas de modo a reduzir custos operacionais, promover o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida dos moçambicanos.
O mais alto dirigente da Nação apelou os gestores para aprimorarem as actividades de formação e de relacionamento com os trabalhadores, e exortou a população a colaborar no sucesso deste projecto.
A produção desta unidade, explorada pela multinacional australiana Syrah, destina-se à exportação para mercados europeu, americano e asiático.
O presidente executivo da Syrah, Shaun Verner, disse que, desde o início da exploração e processamento em Novembro do ano passado, a mina já produziu mais de 160 mil toneladas de grafite. Grande parte da produção já foi exportada através do Porto de Nacala, em Nampula.
Verner acredita que quando atingir o pico da produção, a mina poderá render aos cofres do Estado cerca de 17 milhões de dólares, anualmente, em impostos.
Na sua fase de construção, a mina contou com 2.300 trabalhadores. Actualmente, emprega 650 trabalhadores, 90 por cento dos quais moçambicanos e destes 60 por cento são recrutados localmente.
A mina, considerada a maior do mundo, com uma reserva de 114 milhões de toneladas, tem um tempo de vida de 50 anos. O minério tem aplicação na indústria automóvel, sobretudo no fabrico de baterias para carros eléctricos, já em uso nos países desenvolvidos, e para telemóveis, entre outras, como na agricultura como fertilizantes.
Ainda ontem, o Chefe do Estado inaugurou o Instituto Médio Agrário de Balama e realizou um comício popular em Muidumbe.
Estas actividades enquadram-se na visita de quatro dias que o Presidente da República efectua à província de Cabo Delgado.
Santos Nhantumbo, da AIM