Terça-feira, 5 Novembro, 2024
Início » EDITORIAL

EDITORIAL

Por admin-sn
5,6K Visualizações

O ANO prestes a terminar foi marcado por situações que, mais uma vez, testaram a capacidade dos moçambicanos de superar os obstáculos e projectarem o futuro com optimismo.
Na verdade, 2023 foi marcado por eventos que influenciaram negativamente a economia do país e, consequentemente, as condições de vida dos moçambicanos. São disso exemplo, os reflexos (que ainda se fazem sentir) dos eventos climatéricos extremos, terrorismo em Cabo Delgado, e a crise económica internacional capitalizada pelas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Ainda assim, vale ressalvar que, pela primeira vez em 20 anos, o número de pessoas pobres diminuiu no país, em particular, a nível rural, com o registo oficial de cerca de um milhão de pessoas menos pobres.
Ainda que tais resultados sejam encorajadores, persistem desafios relacionados, sobretudo, com a pobreza nos espaços urbanos, e com as disparidades regionais, o que demanda mais investimentos em sistemas de acesso à água, electricidade, saúde, educação, protecção social, entre outros que conduzam ao bem-estar.
Há também a destacar os esforços em curso visando a diversificação da economia apostando na agricultura, que registou um aumento da área semeada (em 2,1% perfazendo 5,9 milhões de hectares), e o dinamismo que se verifica no sector de transformação industrial decorrente de novos investimentos em diversas fábricas. Entretanto, tais ganhos só poderão ser consolidados se houver melhoria de investimentos na transitabilidade, sobretudo, em estradas e pontes, infra-estruturas aeroportuárias e marítimas, para além de energia e água e saneamento.

No contexto das contas públicas, um elemento crucial, no ano prestes a findar, foi o prosseguimento das reformas da Política Salarial na Administração Pública visando, sobretudo, promover o alcance do equilíbrio salarial entre carreiras profissionais similares.
Trata-se de assunto complexo e desafiador, particularmente por mexer com as emoções dos funcionários e agentes do Estado e representar um esforço financeiro gigantesco para o tesouro.
Neste contexto, qualquer solução para o problema salarial passa pela busca de equilíbrio entre as remunerações e a necessidade de atender ao desafio de alocar recursos aos sectores sociais e preservação da soberania nacional.
Facto também marcante, desta feita no âmbito da consolidação do processo democrático, foi a realização, em Outubro, das sextas eleições em 65 autarquias, processo marcado por algumas irregularidades.
Foi, na verdade, mais uma oportunidade de aprendizagem, sobretudo, um ano antes das eleições gerais, presidenciais e legislativas e das assembleias provinciais.
Assim, todos os actores políticos, independentemente da cor partidária, devem guiar-se por uma democracia que privilegia a paz e o diálogo, incutindo nos cidadãos, o respeito pelo Estado de Direito Democrático e suas instituições.
Porque este é o último editorial do ano, o “Notícias” não perde a oportunidade de renovar o seu pacto com o leitor a quem promete, para 2024, a continuidade dum jornalismo norteado pelo rigor e responsabilidade, porque comprometido com os factos.
Assim, serve o ensejo para endereçar a todos quanto nos têm vindo a acompanhar dia após dia nesta árdua tarefa de informar e educar, votos de um próspero 2024.

Artigos que também podes gostar