Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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Morreu Chico António

Por Issa Likwembe
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Morreu na madrugada de hoje o músico moçambicano Chico António. O multifacetado artista encontrava-se internado há uma semana no Hospital Central de Maputo (HCM).
Nascido em 1958, Chico António morre aos 66 anos. Aos nove anos de idade, o autor de “Baila Maria” tornou-se solista num coro de 50 pessoas, aprendeu trompete e solfejo. Inspirado nas suas referências (Xidiminguana; Wazimbo; Osibisa; The Police; e outros), no final da década de 1970, Chico seguiu como profissional de música, trabalhando em conjuntos como ABC-78; Grupo Instrumental N.º 1 de música ligeira; RM; e Orquestra Star de Moçambique, e em países como Cabo-Verde; Guiné Conacri; Zimbabwe; Dinamarca; França; Holanda; Inglaterra; Itália; Portugal; Suécia; e Noruega.
O Grupo RM foi importante na sua projecção nacional e internacional. Naquele conjunto, trabalhou com alguns dos melhores artistas do país, entre eles: Alexandre Langa, Sox, Alípio Cruz (Otis), José Mucavel, José Guimarães e Mingas.
Como integrante do Grupo RM, criou o tema “Baila Maria”, interpretado em dueto com Mingas. Em 1990, “Baila Maria” conquistou o grande prémio do concurso Descobertas, da Rádio França Internacional (RFI). No mesmo ano, e em consequência do prémio, Chico foi para capital francesa (Paris), estudar música.
Foram dois anos de formação intensiva. Teve aulas de técnicas de base de piano, arranjos musicais e gravação. O seu tutor foi o camaronês Manu Dibango. Em França, conviveu com personalidades como Salif Keita, e Pierre Bianchi.
Foi Manu Dibango quem, durante a formação, aconselhou-lhe a concluir os estudos e a regressar à Moçambique para pesquisar e elevar os ritmos tradicionais do seu país.
Quando regressou ao país, Chico passou a apostar na pesquisa de música tradicional e posterior fusão. Foi na senda disso que nasceu a Amoya Studio and Art Gallery (ASAGA) e surgiram oportunidades de colaboração musical em produção audiovisual e teatrais.
Além da bolsa atribuída ao compositor, o Grupo RM teve o direito de gravar um disco. Para o efeito, o conjunto foi rebaptizado com o nome “Amoya” e gravou o disco “Cineta”, que fora lançado em 1991, em Paris.
Chico preferia trabalhar detrás de artistas, que ser famoso. Foi essa razão que fez com que só em 2014, Chico lançasse o seu próprio disco. O CD “Memórias” foi resultado de uma pressão social.

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