Recreio e Divulgação CHICO ANTÓNIO (1958-2024): Um espólio musical para próximas gerações Por Juma Capela Há 10 meses Criado por Juma Capela Há 10 meses 2,6K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 2,6K CONSIDERADO referência na promoção da música tradicional moçambicana, o músico Chico António morreu, sábado, vítima de doença, no Hospital Central de Maputo (HCM). O artista teve um percurso singular. Nasceu em 1958, no distrito de Magude, província de Maputo. Na sua infância foi destinado a tomar conta do gado, prática que deixou aos seis anos quando fugiu para a cidade de Maputo, depois de perder metade da manada do seu pai, confiada a ele para cuidar. No centro da cidade tornou-se menino de rua, foi preso pela então polícia colonial e permaneceu encarcerado por nove meses até ser integrado num orfanato onde teve a oportunidade de iniciar os seus estudos. Foi no colégio religioso São José de Lhanguene que aos nove anos, em 1967, teve a sua iniciação na música como solista de um coro composto por 50 pessoas. Uma oportunidade que o permitiu aprender a tocar trompete, ler pauta e solfejo. Após a independência, Chico seguiu como profissional de música, trabalhando em conjuntos como ABC-78; Grupo Instrumental N.º 1 de música ligeira; Grupo da Rádio Moçambique e Orquestra Star de Moçambique. O Grupo RM foi importante na sua projecção nacional e internacional porque trabalhou com alguns dos melhores artistas do país, entre eles Alexandre Langa, Sox, Alípio Cruz (Otis), José Mucavel, José Guimarães e Mingas. Como integrante do Grupo RM, criou o tema “Baila Maria”, interpretado em dueto com Mingas. Em 1990, a música conquistou o grande prémio do concurso Descobertas da Rádio França Internacional (RFI). No mesmo ano e em consequência do prémio, Chico foi para capital francesa (Paris) estudar música por dois anos. O seu tutor foi o camaronês Manu Dibango. Em França, conviveu com personalidades como Salif Keita e Pierre Bianchi. Quando regressou ao país, Chico passou a apostar na pesquisa de música tradicional e posterior fusão. Foi na senda disso que nasceu a Amoya Studio and Art Gallery (ASAGA) e surgiram oportunidades de colaboração musical em produção audiovisual e teatrais. Além da bolsa atribuída ao compositor, o Grupo RM teve o direito de gravar um disco. Para o efeito, o conjunto foi rebaptizado com o nome “Amoya” e gravou o disco “Cineta”, que fora lançado em 1991, em Paris. Chico preferia trabalhar detrás de artistas a ser famoso. Foi essa razão que fez com que só em 2014, Chico, lançasse o seu próprio disco. O CD “Memórias” foi resultado de uma pressão social. Leia mais… Você pode gostar também Jornalista Felisberto Firmino publica “Moçambique: Dívidas Ocultas na Voz dos Protagonistas” Selma Uamusse canta no tributo a Sara Tavares Velório da cantora Chude Mondalane realiza-se a 6 de Julho “Cenas de Nelson Ato I e II” discute relações afectivas CHICO ANTÓNIO (1958-2024): Um espólio musical para próximas gerações Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior GOVERNAÇÃO DE FILIPE NYUSI: Nove anos de desafios e de auto-superação Próxima artigo CIVIL E LABORAL: Revisão dos códigos visa maior celeridade processual Artigos que também podes gostar Memorando fortalece actividade cultural Há 8 horas Kool & The Gang não vai actuar em Maputo Há 2 dias Selma Uamusse canta no tributo a Sara Tavares Há 2 dias Clésio Jonaze aborda o amor em “Blues for My Angels” Há 3 dias Eventos culturais novamente adiados Há 7 dias Fundza abre chamada de originais Há 1 semana