Sábado, 21 Dezembro, 2024
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Guerra em Gaza completa 100 dias sem fim à vista

Por Issa Likwembe
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O DIRECTOR da Agência das Nações Unidas (ONU), Philippe Lazzarin, de Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA) classificou os 100 dias da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza como “uma nódoa” para a humanidade.

“Completam-se 100 dias desde que esta guerra devastadora começou, matando e deslocando a população de Gaza, na sequência dos ataques atrozes do Hamas e de outros grupos à população de Israel. Foram cem dias de provações e de angústia para os reféns e suas famílias”, prosseguiu num comunicado divulgado no sábado.

O que a população da Faixa de Gaza está a passar “é insuportável, com uma corrida contra o tempo e fome”, alertou o alto responsável da ONU.

“A situação crítica das crianças é particularmente desoladora. Serão necessários anos para curar uma geração inteira de crianças traumatizadas”, observou.

Lazzarini apelou também para que os edifícios como hospitais e instalações da UNRWA sejam poupados pelos beligerantes, argumentando que tais infra-estruturas “nunca deveriam ser utilizadas por nenhuma das partes para fins militares”.

A 7 de Outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, fazendo 1.139 mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, electricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.

A guerra, que completou ontem 100 dias e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 24 mil mortos, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestino numa grave crise humanitária.

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