Segunda-feira, 23 Dezembro, 2024
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EDITORIAL

Por Issa Likwembe
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ESTAMOS quase a meio da época chuvosa e ciclónica, altura em que em Moçambique a vigilância é redobrada tendo em conta o risco de perda de vidas humanas e de danificação de infra-estruturas.

Apraz-nos, todavia, constatar que, nos últimos anos, o número de mortos vítimas das calamidades naturais tende a reduzir, como resultado do investimento que vem sendo direccionado para a componente de aviso prévio. E a luta deve continuar até atingirmos o estágio de zero mortos vítimas de intempéries.

No entanto, sempre que chove ou um ciclone aproxima-se à nossa costa, ficamos apreensivos temendo pela integridade física das nossas infra-estruturas que, convenhamos, não estão ainda preparadas para resistir à pressão exercida por eventos climáticos extremos.

Na verdade, depois das intempéries, relatam-se, invariavelmente, prejuízos avultados em infra-estruturas, desde hospitais e unidades sanitárias aestradas e pontes que ficam completamente intransitáveis, com todas as consequências previsíveis para a economia.

Por falar em rodovias, vale recordar que recentemente a Administração Nacional de Estradas (ANE) identificou, em todo o país, 175 estradas em risco de se danificarem nesta época chuvosa e de ciclones, algumas das quais sem alternativa.

Neste contexto, é imperioso que os investimentos realizados na construção de novas vias ou mesmo na reparação das que amiúde são danificadas pelas calamidades tenham em conta que o mundo está perante um cenário de mudanças climáticas que vieram para ficar, havendo, por isso, necessidade de se apostar na resiliência das infra-estruturas. Quem fala de estradas fala também de hospitais, escolas, ferrovias e tantas outras obras públicas ou privadas.

Reiteramos o nosso apelo para o aprimoramentocontínuo das medidas de prevenção para que o número de pessoas que morrem em resultado da ocorrência das chuvas continue baixo.

Aliás, conforme os dados mais recentes, na actual época chuvosa, pelo menos 44 pessoas morreram, desde Outubro, devido ao mau tempo, das quais 19 na província da Zambézia.

São, em nossa opinião, números que,comparativamente aos reportados no passado, evidenciam a importância do sistema de aviso prévio para a prevenção de males maiores. Aliás, pode ter sido também por falta desta informação que as cheias de 2000 causaram mais de 700 mortos.

Não obstante esta redução, em termos de mortes resultantes da ocorrência de cheias e ciclones, continuam preocupantes os números das vítimas mortais causadas por descargas atmosféricas, o que desafia o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres e outras entidades, incluindo as de investigação científica, a encontrarem caminhos para a mitigação do impacto deste fenómeno que tende a aumentar em quase todo o país.

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