Quinta-feira, 19 Dezembro, 2024
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RESSANO GARCIA: Sobrevivendo à falta de água potável

Por admin-sn
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QUITÉRIA UAMUSSE

“SEM água, não há vida!” Assim diz o velho ditado popular, mas a comunidade do bairro 4 de Outubro, em Ressano Garcia, distrito da Moamba, província de Maputo, uma localidade atravessada pelo rio Incomáti, desafia a lógica, vivendo sem este recurso essencial nas suas casas há anos.

Há residentes que até vão ao rio buscar o precioso líquido, porém alguns não mais voltam à casa, uns porque se afogam nas águas, outros por causa de ataques de crocodilos e hipopótamos.

É mais um fim da manhã de um dia de Janeiro. O termómetro atinge os 30 graus Celsius, mas a sensação térmica é de mais de 35. Logicamente, um copo de água cairia muito bem para refrescar a garganta ou então um banho de chuveiro para minimizar o suor, porém muitos não ousam satisfazer estes desejos, pois têm de poupar a pouca água salobra que lhes é fornecida por um agente privado a 10,00 meticais  por um galão de vinte litros.

A falta de água potável no “4 de Outubro”, que se prolonga desde 2020, tornou-se um perigo à saúde pública, uma vez que algumas pessoas sem recursos para comprar o  líquido purificado, que custa até 35,00 meticais os seis litros, não conseguem captar água da chuva e, por isso, consomem a salgada correndo o risco de desenvolver problemas renais, digestivos ou piorar os sintomas da hipertensão.

Aliás, a manutenção da higiene e saneamento deixa a desejar, principalmente nos locais públicos, tal o caso do Mercado Central. As casas de banho exalam um cheiro nauseabundo, até ao ponto de alguns utentes preferirem as esquinas para urinar.

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