Opinião & Análise BELAS MEMÓRIAS: Sempre os camiões de pedra! Por admin-sn Há 9 meses Criado por admin-sn Há 9 meses 1,6K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 1,6K ANABELA MASSINGUE A POPULAÇÃO da Matola-Gare, no município da Matola, vivia chorando. Chorava por vários motivos e parecia que ninguém jamais lhe daria ouvidos e muito menos a faria calar. Chorava pela situação precária da via principal que conecta a sede deste bairro à Estrada Nacional Número Quatro, passando pela zona de Tchumene II. Mesmo chorando de olhos fechados, por temer a poeira, ela resistia às intempéries e fazia a vida acontecer, entre solavancos causados pelos buracos e crateras, nalgumas situações, no meio de charcos e poças de água, em dias chuvosos. A sua vida era um autêntico calvário e andar por aquela zona era um exercício de coragem para qualquer um. Mas porque os residentes, principalmente, não tinham outra escolha para chegar aos seus destinos de forma confortável e sem danificar as suas viaturas, eram o sujeito principal daquela situação. Eles precisavam de se movimentar. Faziam das tripas o coração, levando a vida na medida do possível, porque o ideal e o melhor não fazia parte do seu vocabulário. Finalmente quem podia parar o choro desta população deu algum sinal, terraplanando a via e, mais tarde, colocando solo importado com pedra à mistura que mesmo endurecendo o piso, trazia um outro problema. Foi assim durante muito tempo e com algum jeito dado para os automobilistas, ao mesmo tempo que sufocava os residentes ao longo da via e/ou quem a usava a pé para chegar ao seu destino. É que no lugar de aliviar, transformara-se num verdadeiro martírio e até certo ponto humilhação. Acredito que na altura ninguém, certamente, gostaria de estar na pele dos que residem ao longo do troço e outros utentes que mesmo assim foram resilientes. Finalmente, depois da tempestade, veio a bonança , com a asfaltagem este ano, deste troço, conferindo conforto e dignidade aos utentes, sobretudo aos sacrificados moradores ao longo da via. Estes deixavam assim de comer o pão amassado pelo diabo e com sabor à poeira, como inclusivamente diziam alguns. O tapete está colocado e até dá gosto andar por lá . Mas o problema de camiões de transporte de inertes também está presente. Põem em causa a segurança dos condutores e das suas viaturas, bem como da via asfaltada, com a quantidade de pedra de construção que vão espalhando. Uns com cobertura de fachada, pois as semi-lonas de protecção colocadas no veículo, muitas delas precárias, à medida que o camião imprime alguma velocidade, a acção do vento “ajuda” a espalhar a pedra pelo chão asfaltado. Não acredito que estrada alguma resista a este tipo de pressão diária. Precisa-se de fiscalização permanente nesta via para evitar a sua degradação precoce por transportadores de pedra de construção que circulam sem lonas em condições adequadas para o efeito. Leia mais… Você pode gostar também BELAS MEMÓRIAS: O aniversário! INSPIRANDO JOVENS: “Do you speak english”? REFLEXÕES DA MUVALINDA: Saúde mental EDITORIAL BELAS MEMÓRIASOpinião & Análise Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior VENDA DE COMIDA NA RUA: Uma saída para muitas mulheres carenciadas Próxima artigo “SECUNDÁRIA DE NAMPULA”: Cerca de 600 alunos estudam sentados no chão Artigos que também podes gostar BELAS MEMÓRIAS: O ovo não se parte, pai! (3) Há 3 dias CÁ DA TERRA: Não há lugar para a descrença Há 3 dias Rússia e África: Passado e futuro da amizade (Concl.) Há 6 dias Rússia e África: Passado e futuro da amizade (1) Há 6 dias REFLEXÕES DA MUVALINDA: E se der certo?! Há 6 dias O retorno de Trump anuncia uma abordagem mais dura dos EUA em... Há 1 semana