Domingo, 22 Dezembro, 2024
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Moçambique quer experiência argelina no combate ao terrorismo

Por admin-sn
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PAULO DA CONCEIÇÃO, em Argel

A SEGURANÇA pública é uma das áreas prioritárias que Moçambique pretende cooperar com a Argélia. Esta pretensão deverá ser formalizada, com a assinatura de acordos no âmbito das conversações bilaterais que o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, irá manter hoje, com o seu homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune.
Em declarações a jornalistas nacionais, ontem, em Argel, no âmbito de uma visita de trabalho que o Presidente Filipe Nyusi efectua à Argélia, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, afirmou existir um grande potencial de cooperação nessa área, sobretudo, tomando em consideração os ataques que insurgentes têm realizado na província de Cabo Delgado.
“A Argélia passou por momentos difíceis em que houve alguma instabilidade devido a acções terroristas e este país conseguiu controlar. Portanto, há este potencial de parceria que podemos explorar”, disse.
O governante lembrou que Moçambique está já a combater o terrorismo com o apoio da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda, frisando, contudo, que “nunca fechamos a necessidade de cooperação com os outros países”.

“Em cada momento e com cada país podemos identificar situações em que podemos tirar vantagens para os desafios que temos”, explicou.
Manuel Gonçalves apontou ainda a agricultura e hidrocarbonetos como sectores de interesse para os dois países.
“A Argélia tem uma grande experiência na área de exploração de hidrocarbonetos, sobretudo na prospecção, exploração e exportação de gás. Moçambique poderá explorar esta experiência já que temos importantes reservas deste recurso no país “, frisou.
A par das conversações bilaterais, o Presidente moçambicano deverá, igualmente, participar no sábado, em Argel, na 7.ª Cimeira do Fórum dos Países Exportadores de Gás.
É a primeira participação oficial de Moçambique, na qualidade de Membro-Observador desta organização, depois da sua admissão, numa Cimeira realizada no Qatar em 2023.
Manuel Gonçalves referiu-se ainda ao facto dos dois países terem, há já longa data, fortes relações históricas e político-diplomáticas, salientando, todavia, haver um défice na cooperação comercial bilateral.
“Esta visita realiza-se depois de uma outra feita pelo falecido Presidente Samora Machel, há mais de 40 anos. Então, trata-se de uma visita que visa relançar as relações entre os dois países”, disse.

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