Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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BELAS MEMÓRIAS: No dia em que o comboio não apitou

Por admin-sn
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TAL como criticamos o que vai mal em nosso redor, temos que enaltecer o que vai bem porque, apesar de muitos de nós estarmos a navegar num mar de dificuldades, há de quando em vez um farol que se acende a nosso favor.

Depois de um calor abrasador do qual quase ninguém mais queria saber, fomos sacudidos por uma tempestade baptizada por Filipo que, embora menos severo, a avaliar pelo histórico dos eventos climáticos extremos que ciclicamente fustigam as diferentes regiões do país, teve impacto negativo para muitas famílias.

O “Filipo” destruiu. As marcas da sua passagem continuam evidentes. Umas estão sendo apagadas, mas outras permanecerão, pois foram reactivar as deixadas por outras intempéries.No domínio dos transportes, muitos que quiseram se deslocar aos seus locais de trabalho ou de ensino, na manhã da última quarta-feira, que se seguiu ao temporal, foram surpreendidos com o cenário de vias intransitáveis, estradas congestionadas porque nalguns pontos o desmoronamento de terras tinha obstruído as vias e dependia-se, nestes casos, de uma intervenção para a desobstrução e garantia da fluidez do trânsito.

As vias férreas que asseguram a mobilidade diária de milhares de pessoas que, de diferentes pontos da província de Maputo se fazem ao centro da capital, não escaparam dos efeitos do fenómeno, que forçou a suspensão, por algumas horas, da circulação de pessoas e bens por questões de segurança.

Longe de pretender fazer publicidade, é legitimo referir que no meio desta turbulência que gerou abstenção ao trabalho, atrasos, desespero e aflição, a diferença veio do empresário que introduziu o transporte intermodal, estabelecendo a ligação entre diferentes áreas da região do Grande Maputo, por via férrea e rodoviária.

Conseguiu, às primeiras horas da manhã pós-temporal, buscar uma saída para o problema e desta forma honrar o seu compromisso com os clientes. Evitou que este sistema de transporte não fosse a razão da ausência no trabalho, na falta do comboio que habitualmente faz a conexão.

Acredito que só os utentes que não conseguiram sair de casa sequer para os pontos habituais de recolha, tanto por razões das chuvas que continuavam a cair como pelas condições das vias de acesso, falharam os seus compromissos.

Os autocarros recolheram as pessoas, embora tardiamente para a cidade de Maputo. Já no fim do dia, a aflição surgia para os que não tinham informação do plano B” deste sistema de transporte privado e nem da decisão da empresa CFM de manter as linhas encerradas por mais horas.

Mas o empresário de que faço menção fez de tudo para que os passageiros regressassem aos seus

locais de residência em segurança e sem sobressaltos, mobilizando a frota de autocarros de todas as rotas da Matola e Boane para, defronte da Estação Central dos Caminhos de Ferro, fazer o devido transporte. Foi uma tarde diferente com um misto de aflição que durou pouco tempo e alívio com o conforto oferecido quando muitos menos esperavam

Vénia vai para o trabalho do empresário, no dia em que o comboio não apitou.

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