Domingo, 22 Dezembro, 2024
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CÁ DA TERRA: Uma vida de doação

Por admin-sn
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Osvaldo Gêmo

osvaldoroque7103@gmail.com          

FINALMENTE terminamos o mês de Março, um mês marcadamente atípico para todos nós. Foi neste mês que ocorreu a maior precipitação acumulada no conjunto dos seis meses que marcam a época chuvosa no nosso país. Primeiro foi com a passagem da tempestade tropical Filipo, com chuvas entre 100 e 200 milímetros em 24 horas e posteriormente pela última enxurrada, causada por instabilidade atmosférica que também trouxe mais ou menos o mesmo padrão de chuvas.

As pessoas foram devidamente alertadas para o impacto do Filipo, mas pareceu que não houve o mesmo nível de preparo para enfrentar a última vaga. E foi nesta que mais se sofreu, facto que foi agravado com a elevada saturação dos solos. Sofreu-se a valer e o drama provocado pelas chuvas ainda está em andamento.

Março também foi atípico (tirando o facto de ser sabido que sempre terá 31 dias) na medida em que teve uma sequência de cinco domingos, pouco comum no nosso calendário gregoriano, o que para muitos é uma longa jornada com os bolsos vazios que não dá para exibir nas discotecas.

Mas não é do mês de Março, dos domingos, nem dos que exibem maços de dinheiro nas discotecas, por falta de humildade no coração, e muito menos das chuvas torrenciais que vou falar hoje. Alguns destes temas estão aparentemente gastos.

Hoje é dia 1 de Abril e não me deu vontade de vir aqui dizer mentiras como também não disse quando, numa data como esta, contraí matrimónio a tempo de celebrar hoje as bodas de turquesa.Tão simples e delicada razão para continuar nesta toada.

Neste 1 de Abril queria chamar a atenção, como dever cristão, para a celebração da Páscoa, ontem, que nos apela para um  dia-a-dia e  uma vida de doação, uma vida sem medo de caminhar no bem que favorece ao irmão, ao próximo, de fazer o que é o nosso papel na sociedade.

Este chamamento não é a toa. A celebração da Páscoa é a mais significativa e mais importante da liturgia cristã.

Muitos de nós, ao sermos bafejados pela tolerância, o dia todo, na passada sexta-feira Santa, não fizemos mais do que planos para descansar, viajar,  receber visitas ou mesmo para nos entregarmos à vida.

A Páscoa não se resume nisso. Este período pascal também é um convite à reflexão sobre a nossa peregrinação terrena. Se temos, de facto, sabido viver com dignidade e que papel temos reservado à nossa sociedade, pois os que fazem o mal não descansam, fazem o que sempre fizeram: guerras, discórdia, desunião e intolerância.

Nesta Páscoa, centenas de catecúmenos receberam o baptismo, que na óptica cristã, significa uma nova vida. Quando chove é comum alegrarmo-nos porque finalmente vamos lançar a semente, que vai dar esperança aos demais. Esta analogia não é por acaso.

Os que pelo baptismo começam a caminhada são por si a esperança da Igreja nestes dias difíceis em que não temos sabido viver essa graça de vida nova no nosso dia-a-dia.

É preciso que saibamos nos  colocar no lugar dos que sofrem com a guerra, com o terrorismo, com as calamidades e pelas injustiças que este mundo vive e pratica.

Na essência, as homilias foram em torno de um pouco disto, da necessidade de uma vida de doação.

Não é fácil vivermos  e desempenharmos o nosso papel na sociedade. Para conseguirmos, é preciso transformar-mo-nos, para podermos transformar a vida das outras pessoas.

A responsabilidade é de todos. Pequenos gestos podem influenciar modos de vida, de maneira positiva. Fazer isto ajudaria muito a caminharmos por uma vida de doação.

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