Morreu reverendo e músico Arão Litsure

MORREU na madrugada de ontem, na África do Sul, o músico e líder religioso Arão Listsure, vítima de doença, confirmou ao “Notícias” fonte familiar.

Antigo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e director nacional dos Assuntos Religiosos, Arão Litsure estava internado numa das unidades sanitárias daquele país vizinho.

Neste momento a família está a tramitar o processo de transladação do corpo para Moçambique, onde decorrerão as cerimónias fúnebres, entretanto, ainda sem datas.

Natural do distrito de Panda, província de Inhambane, e formado em Teologia, Arão Litsure iniciou-se na música ainda na infância, influenciado pela falecida mãe, Joaquina Josefa, que era maestrina.

Na década de 1970 cantava com alguns amigos na então cidade de Lourenço Marques, actual Maputo, ao lado dos falecidos músicos Hortêncio Langa, João Cabaço e Adérito Gomate, que ganhou maior projecção.

Destacou-se no conceituado Grupo Alambique, no qual também colaboraram figuras como Hortêncio Langa, Childo Tomás, Alex Barbosa, Tiago Langa, Costa Neto, Stewart Sukuma, Celso Paco e Adérito Gomate. No entanto, passou antes por outras bandas, entre elas “Os Indomáveis”.

O Alambique não tem álbum publicado, mas pessoalmente o artista fez parte da primeira colectânea de discos vinil após a independência “Amanhecer 1” e do álbum “Arão Litsure 10 Anos Depois”.

Segundo o músico e secretário-geral da Sociedade de Autores (SOMAS), José Manuel, Arão Litsure foi um dos primeiros moçambicanos a realizarem grandes digressões na Europa.

Arão Litsure foi igualmente presidente do Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e das Igrejas Congregacionais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Deixa viúva, três filhos e sete netos.