Terça-feira, 5 Novembro, 2024
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ARÃO LITSURE (1955-2024): Marcos de um músico reverendo e escritor

Por Jornal Notícias
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NÁGEL MUNGOI

QUANDO nos anos de 1960, Arão Litsure pegou a guitarra pela primeira vez, não imaginava que aquele simples significava o início de uma grande trajectória musical, que só daria sentido a ele próprio, mas a uma “legião” de artistas de diversas gerações.

A sua imersão na música, ainda na tenra idade, teve como principal influência a sua mãe, Joaquina Josefa, que era maestrina na igreja local, em Panda, província de Inhambane, sua terra natal.

Foi a partir dali que começou a navegar em diferentes ritmos nacionais e internacionais. A leitura de notas musicais e o treinamento vocálico era uma tarefa doméstica. A mãe exigia dedicação e perfeição.  

O artista morreu na madrugada de domingo na vizinha África do Sul, vítima de doença, após permanecer quase uma semana internado numa unidade hospitalar, deixando assim uma viúva, três filhos e sete netos.

Nasceu no distrito de Panda, província de Inhanbane. Aos quatro anos, passou a viver na cidade de Maputo, especificamente no histórico bairro do Chamanculo, onde residiram outras referências da música moçambicana, entre eles o já falecido Gabriel Chiau.

Naquela zona periférica, nos anos de 1960 e 1970, começou a cantar como parte de alguns grupos musicais juvenis, dando vida a alguns espectáculos daquele bairro, diga-se, de lata da então cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo.

Conheceu os músicos Hortêncio Langa e João Cabaço. Ao lado deles viu a sua carreira musical ascender, pois, na sua companhia, aprendeu mais sobre a música explorando múltiplos estilos.

Em 1980 co-fundou a conceituada banda Alambique, tendo como integrantes, para além dele, Hortêncio Langa, o baterista Celso Paco, o baixista Childo e o pianista Aderito Gomate, assim como Stuart Sukuma.

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