Terça-feira, 5 Novembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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AS atenções dos moçambicanos, e não só, estão viradas, hoje, para a cidade da Matola, província de Maputo, onde o partido Frelimo reúne-se em sessão extraordinária do Comité Central para se debruçar, fundamentalmente, sobre o processo da sucessão do poder.

Hoje mesmo o país e o mundo poderão ficar a saber quem, provavelmente, irá, suceder Filipe Nyusi na chefia do Estado, com a realização, em Outubro, das eleições gerais. Trata-se, na verdade, de assunto que interessa até estrangeiros que têm interesses variados em Moçambique, cujas decisões podem estar dependentes da informação sobre quem vem a seguir…

A presente sessão do Comité Central, tal como as outras, é sumamente partidária, porém, ganha particularidade suprapartidária pelo facto de a Frelimo, organização que suporta o Governo, ter de indicar a figura que vai disputar a próxima corrida a inquilino da Ponta Vermelha, com potencial para a vitória, se olharmos para o histórico do partido, que mostra que o seu candidato tem sido o preferido pelos moçambicanos. Foi assim nas eleições gerais multipartidárias em 1994 (primeiras) e 1999 (Joaquim Chissano); 2004 e 2009 (Armando Guebuza); e 2014 e 2019 (Filipe Nyusi), o que nos leva a acreditar que em 2024 a tradição se manterá com o candidato a ser hoje proclamado pelo Comité Central. 

A nossa crença torna-se mais sólida ainda quando olhamos para o passado da Frelimo, que sempre soube conduzir os seus processos de transformação – adaptando-se às dinâmicas de cada momento da sua história, mesmo ciente de que os processos políticos não são estáticos e nunca vistos em função dos anteriores.

Ciente estamos, igualmente, de que o processo de eleição do candidato presidencial não será fácil, sobretudo a julgar pelos nomes que desfilam nos corredores e nas diferentes plataformas digitais, alguns dos quis “pesos-pesados” e com histórico na hierarquia deste partido. No entanto, temos a certeza de que em momentos destes a Frelimo sabe privilegiar a máxima da união e coesão, definindo como foco a preparação e organização da sua vitória eleitoral. 

Já não há muito tempo para o candidato presidencial a ser outorgado nesta sessão, porque o prazo-limite para a apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República termina a 10 de Junho. 

Constitucionalmente o actual Chefe do Estado está impedido de concorrer para mais um mandato. No entanto, tal não há-de ser preocupação maior para a Frelimo, porque dispõe, quanto a nós, de uma base muito alargada de escolhas de candidatos. Esperamos, pois, que indique uma figura presidencial à altura das expectativas dos moçambicanos, com profundos conhecimentos da realidade do país, incluindo abordar, com sucesso, os desafios representados pelo terrorismo e calamidades naturais.

Ressalta, também, que a Frelimo, tal como sempre habituou aos moçambicanos, saberá aglutinar num único caderno de intenções para manifesto propostas apresentadas pelos demais candidatos internos que, tendo se apresentado à corrida, não virão, desta vez, as suas ideias e aspirações sufragadas pelo Comité Central.

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