Sexta-feira, 5 Julho, 2024
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TELEFONIA MÓVEL: Custo compromete inclusão digital

Por Jornal Notícias
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ELIAS NHACA

TUDO começou quando o INCM anunciou uma redução nas tarifas de telefonia móvel, a partir de sábado da semana antepassada. Assim, para o serviço de voz o preço médio passou de seis para cinco meticais por minuto. Por sua vez, o serviço de mensagens (SMS) reduziu para uma média de 1,10 meticais/cada, contra 1,70 que vigorava anteriormente.

Em razão desta nova realidade, constata-se que um gigabyte na Vodacom passou a custar  75,00 meticais, contra os 50,00 anteriores.

De igual modo, para ter oito gigabytes na Tmcel bastavam 150,00 meticais para o pacote mensal, mas com este valor hoje só é possível garantir dois gigabytes.

Para o caso da Movitel, se antes se acedia à diversidade de conteúdos áudio-visuais por quatro horas de uso ilimitado com apenas 10,00 meticais, hoje este pacote bonificado já não se encontra disponível.

Para a estudante universitária Joana Carlos, o reajuste encareceu o custo dos serviços de dados, o que está a tornar o acesso à internet mais dispendioso e restrito.

Anteriormente, contou, com um saldo abaixo de 10,00 meticais era possível ter acesso a este serviço, ainda que por algumas horas, uma realidade que mudou drasticamente.

“Na Movitel com cinco meticais conseguia ter megas para fazer pesquisas rápidas e urgentes, mas hoje o pacote mais acessível custa 50,00 meticais. Usando o diamante (ilimitado) conseguia cobrir um mês e agora já não sei”, desabafou.

De acordo com o coordenador para o Gabinete dos Estudantes de Pós-Graduação e Investigação Científica da União Nacional dos Estudantes (UNE), Duarte Amaral, o custo das tarifas de dados móveis é preocupante.

Explicou que se antes ao recarregar com mil meticais garantia acesso à internet e chamadas por um mês, hoje este pacote já não é suficiente. Referiu que a internet constitui uma imprescindível ferramenta na vida académica,  daí que devia ser acessível para todos.

Lembrou que existe um número considerável de estudantes que não têm condições financeiras para suportar estes custos, comprometendo o acesso a estas plataformas.

Assim, referiu ainda que os pacotes propostos pelo regulador para os estudantes não resolvem o problema, principalmente por estarem disponíveis para grupos com até 25 anos, num contexto em que, por diversas razões, as instituições de ensino têm inscritos estudantes com idades elevadas que não dispõem de condições financeiras.

“O INCM fala de sites moçambicanos grátis, mas do ponto de vista de pesquisa científica apurada o país não tem plataformas para alimentar um trabalho científico de qualidade, sendo que tudo encontramos nas páginas estrangeiras, que são cobradas”, argumentou.

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