DestaqueEditorial Editorial Por Jornal Notícias Há 6 meses Criado por Jornal Notícias Há 6 meses 1,7K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 1,7K NAS últimas semanas, assistimos, com indignação, às conferências de imprensa convocadas pela Associação dos Profissionais de Saúde para dar o ponto de situação da greve que observa para reivindicar, entre vários pontos, a falta de material médico-cirúrgico nos hospitais. Dentre as informações partilhadas com a comunicação social, repugna o facto de se exaltar a morte para, se calhar, evidenciar o quão a paralisação está sendo “bem-sucedida”. Custa-nos perceber o objectivo que se pretende alcançar quando os líderes desta associação vão actualizando o número de mortes nos vários hospitais do país e, de seguida, como que a vangloriarem-se destes resultados, anunciam que vão abandonar os serviços mínimos numa clara ameaça de momentos mais severos para os pacientes. Não pretendemos, de forma alguma, discutir o direito à greve, que, como se sabe, está consagrado na Constituição da República, muito menos debater o mérito ou demérito das reivindicações. Queremos, isso sim, manifestar a nossa indignação com a postura adoptada por aqueles que juraram valorizar a vida, mas que na hora de reivindicar os seus direitos banalizam esse bem de valor inestimável. Entendemos que não pode, nem deve ser normal uma associação dos profissionais da Saúde vir a público anunciar a morte de mais de 1000 pessoas em 21 dias para demonstrar o impacto que a sua greve está a causar nos hospitais, porque isto é, no mínimo, imoral e chocante numa sociedade sã. Não pode e nem devia uma associação dos profissionais da Saúde que se pretende defensora da vida ameaçar abandonar a prestação dos serviços mínimos (um direito fundamental constitucionalmente consagrado) a concidadãos enfermos que nada podem fazer para resolver as causas do diferendo. Conforme nos referimos, o direito à greve é de todos, salvo algumas excepções bem identificadas na lei, mas também não deixa de ser estranho que uma organização que lida com a saúde humana se dê ao luxo de convocar uma paralisação por tempo indeterminado num sector tão sensível quanto este. É que andamos atentos às greves que ocorrem pelo mundo fora e o que se nota é que muitas delas são por algumas horas ou, na pior das hipóteses, de um ou dois dias. O que sucede em Moçambique é vermos organizações sindicais ou profissionais a paralisarem as actividades por períodos prolongados e, pior, não se preocuparem com os serviços mínimos e, no final do mês, auferirem o salário por inteiro. Portanto, pretendemos com esta reflexão chamar a atenção para a necessidade de se priorizar sempre o diálogo e quando for a vez da greve preservarem-se os mais altos valores ético-morais, para não chocarmos a sociedade que pretendemos servir. Os profissionais da Saúde não devem transmitir a imagem de que se dirigir aos hospitais a estas alturas é quase sentença de morte. Cremos que o sucesso duma greve mede-se pelo número de profissionais envolvidos e pelos resultados obtidos e nunca pelo número de óbitos dela resultante sob pena de um dia a sociedade ter de exigir uma “cerca sanitária” a estas lideranças. Leia mais… Você pode gostar também Municípios gastam mais em salários SEGUNDO FILIPE NYUSI: Pacto do Futuro responde aos desafios actuais e futuros Ode à mulher moçambicana! Dívida externa reduz 1,39 por cento DESTAQUESEDITORIAL Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Renamo e MDM voltam a solicitar presença do Governador do Banco de Moçambique Próxima artigo Contas do Banco Central estão fora do crivo do TA Artigos que também podes gostar CRISE PÓS-ELEITORAL: SADC encoraja solução pacífica Há 8 horas TA focado na expansão de instâncias aduaneiras Há 8 horas Presidente da República trabalha em Cabo Delgado Há 8 horas Produção pesqueira atinge 71 por cento do planificado Há 8 horas AVARIA DE MÁQUINA DE RADIOTERAPIA: Pacientes submetidos a tratamento alternativo Há 9 horas Nyusi partilha situação pós-eleitoral com líderes da SADC Há 1 dia