Opinião & Análise REFLEXÕES DA MUVALINDA: O meu cartão vermelho Por Jornal Notícias Há 5 meses Criado por Jornal Notícias Há 5 meses 2,5K Visualizações Compartilhar 1FacebookTwitterPinterestEmail 2,5K Cândida Muvale* Vermelho é uma cor linda, a minha predilecta. É a cor do partido político do qual sou militante, da equipa de futebol portuguesa de que sou adepta e também gosto muito de me vestir de peças de roupa com esta tonalidade e podem crer que fico radiante. O vermelho costuma estar associado a emoções fortes, como paixão, amor, energia e força. Também pode simbolizar perigo, poder e determinação. Em muitas culturas, é usado em celebrações e festividades, como casamentos e festas tradicionais. No futebol, o cartão vermelho é mostrado pelo árbitro como uma punição severa. Ele é usado para expulsar um jogador do jogo devido a uma falta grave, conduta antidesportiva ou comportamento violento. Quando um jogador recebe cartão vermelho, a equipa fica com um jogador a menos, e pode ter impacto negativo no resultado da partida. Hoje, aliado ao significado do cartão vermelho no futebol, quero me transformar numa árbitro e oferecer o meu cartão vermelho a algumas situações que me deixam demasiado agastada e com um misto de sentimentos negativos. Dou o meu cartão vermelho à corrupção, aos corruptos e aos corruptores, porque este mal mina a confiança nas instituições, prejudica a justiça social e económica, e tem impactos negativos na sociedade como um todo. Ofereço-o ao Ministério da Saúde que não atende as reclamações dos profissionais de saúde que estão em greve deixando toda a população à deriva; aos homens e mulheres que violentam os seus parceiros, ao Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), pela subida dos megabytes, pois a internet não pode constituir luxo; ao Ministério da Educação que não paga as horas extras aos professores e que pela péssima qualidade de educação pública está a destruir a única arma poderosa capaz de mudar uma nação. Vai o meu cartão vermelho ao Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos pela lamentável situação das estradas, em particular da Estrada Nacional Número Um; à Universidade Católica de Moçambique – Extensão Maputo pelos deficientes serviços administrativos de controlo das mensalidades, comunicação, gestão dos estudantes e falhas da Plataforma Moodle; aos professores que assediam as alunas e estudantes; aos promotores de discussões e discórdias em vários níveis no país alegando tratar-se de liberdade de expressão; aos filhos que não respeitam os pais e ainda chamam-nos feiticeiros na velhice; aos esposos e esposas infiéis aos seus parceiros; aos que não respeitam o meio ambiente e atiram lixo por todos os cantos; aos estudantes que cometem fraude; à mulher que aborta; aos pastores ditos profetas e apóstolos que enganam aos seus crentes. Na verdade, a minha lista de cartões vermelhos é infinita e esse é apenas um extracto dos que ofereço a tudo e todos que ferem os princípios éticos e morais e de boa convivência social. Termino realçando o versículo bíblico que se encontra em Provérbios 8:13: “O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio”. Não preciso de fundamentar este versículo, creio que está claro. *Psicóloga e activista social Você pode gostar também BELAS MEMÓRIAS: A dívida pela prótese QUÉNIA: Improvável que Ruto satisfaça manifestantes DOIS ANOS DA GUERRA NA UCRÂNIA: Maior lição é necessidade de honrar Carta da ONU O que é isso, senhor Feizal Sidat? DESTAQUESOpinião & AnáliseREFLEXÕES DA MUVALINDA Compartilhar 1 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Raparigas ganham competências digitais Próxima artigo Governo comprometido na defesa dos direitos da criança Artigos que também podes gostar REFLEXÕES DA MUVALINDA: Dias melhores virão Há 4 dias Crise organizacional: não se esconda, saiba o que Fazer e não fazer Há 4 dias “Ó pátria amada, vamos vencer” Há 1 semana CÁ DA TERRA: Os desacatos não produzem, só destroem Há 1 semana BELAS MEMÓRIAS: De volta ao “Bem-Amado” Há 1 semana GUERRA NO SUDÃO: Novos conflitos tornam difícil alcance de trégua Há 1 semana