Sábado, 21 Dezembro, 2024
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Mulheres ganham renda com reciclagem de lixo

Por Jornal Notícias
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ALBERTO ZUZE

A LIXEIRA de Hulene, na cidade de Maputo, tornou-se, nos últimos tempos, um local de convergência de várias pessoas, com destaque para mulheres catadoras de lixo que se destacam pela coragem e resiliência, na batalha incessante pela sobrevivência.

São guerreiras invisíveis que encontraram beleza e dão valor o que muitos vêem apenas como algo para descartar. Com as mãos calejadas, desafiam as adversidades do dia-a-dia em busca de sustento, dignidade e esperança.

Nesta actividade, há também homens e crianças que ali encontraram uma fonte de sustento, num ambiente que coloca em perigo a sua saúde.

É na lixeira de Hulene, cerca de sete quilómetros do centro da cidade de Maputo, que Margarida Felisberto, 45 anos de idade, conseguiu já vai oito anos, um trabalho para alimentar com dignidade os seus seis filhos, todos em idade escolar.

“Desde que o meu marido perdeu a vida, em 2016, enfrento dificuldades para sustentar os meus filhos, mas graças à lixeira consigo dinheiro para pagar as despesas em casa e a escola dos meninos. E assim vai a vida”, disse.

Na lixeira e arredores, as moscas, o cheiro nauseabundo e a fumaça fazem parte da “paisagem”, daí que Margarida se protege dos pés à cabeça para evitar contrair doenças, pois tem que estar com saúde para que nada falte em casa.

Apesar dos riscos, é uma prática comum ver pessoas a cozinharem e a comer no “local de trabalho”.

Tânia Gonçalves, 49 anos de idade, é outro exemplo de mulher que não cruza os braços. Está na lixeira, dia e noite, a reunir garrafas plásticas e outros itens recicláveis para sustentar os dois filhos, um de nove e outro de quinze anos.

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