Sábado, 5 Outubro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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A VITÓRIA da Selecção Nacional de Futebol, vulgo “Mambas”, frente à Guiné Conacry na disputa pelo acesso ao Mundial-2026 constitui, sem dúvida, um dos acontecimentos marcantes da semana. Os moçambicanos festejaram o feito, já que o adversário é dos mais bem cotados em África e, mais importante ainda, Moçambique posiciona-se em lugar cimeiro no grupo, a par da Argélia. Isto equivale dizer que os “Mambas” estão, nesta altura, no bom caminho rumo à maior competição do mundo de futebol.

Trata-se de um trabalho que, quanto a nós, necessita de ser consolidado, demandando, para esse fim, maior coordenação entre a Secretaria de Estado do Desporto, staff federativo, equipa técnica, jogadores, patrocinadores e outros cujo envolvimento tem vindo a contribuir para este sucesso.

De contrário, o tão almejado sonho de todos os moçambicanos de ver, pela primeira vez na história do país independente, os “Mambas” numa fase final de um campeonato do mundo de futebol pode desmoronar-se.

Este nosso sentimento deriva do facto de, mesmo a desfrutar da vitória diante da Guiné Conacry, o treinador dos “Mambas”, Chiquinho Conde, ter-se referido ao facto de ainda não ter renovado o contrato com a Federação Moçambicana de Futebol, que, conforme deu a entender, termina a 30 de Julho.

É preocupante o facto de ainda não ter havido qualquer pronunciamento da federação sobre a renovação do contrato do seleccionador nacional, não se conhecendo as razões do silêncio.

Aliás, não é a primeira vez que testemunhamos tal conduta. Num passado recente, Chiquinho Conde queixou-se, publicamente, de alegadas dificuldades enfrentadas para implementar o seu plano de preparação da equipa para o Campeonato Africano das Nações (CAN) realizado este ano na Costa do Marfim.

A serem verdadeiros todos estes factos, não nos restam dúvidas de que há uma gritante falta de sintonia ou ainda alguma animosidade entre o seleccionador nacional e os actuais gestores da federação.

O normal, quanto a nós, é que diante dos resultados que a selecção nacional vem alcançando, houvesse o receio de perder o treinador para outra selecção ou equipa a custo zero, numa altura em que o mercado é cada vez mais exigente. Porquanto Chiquinho Conde, mais do que trazer bons resultados, aglutina o que há muito falta ao futebol nacional: a coesão, competência e o amor por Moçambique.

Portanto, achamos ser este o tempo de se enterrar os egos e erguer-se a sincronização das actividades da selecção nacional.

Não há tempo para arranjos, pois o campeonato do mundo está à porta e qualquer plano que seja esboçado para o sucesso de uma selecção de futebol deve ser de médio e longo prazos, até porque, conforme referimos, os resultados produzidos mostram que estamos no caminho certo e o treinador já reiterou publicamente que o mais importante é cumprir a sua missão patriótica. Esta deve ser também a visão de todos nós se quisermos ver o nosso país a desfilar na mais prestigiada montra de futebol entre as nações à escala global.

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