Segunda-feira, 8 Julho, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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O MINISTRO da Defesa, Cristóvão Chume, dirigiu ontem, na cidade de Pemba, em Cabo Delgado o encerramento oficial  da  Missão Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM).

Trata-se da despedida do contingente militar destacado para o país, em Julho de 2021, na sequência da decisão da Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC, realizada a 23 de Junho de 2021, de apoiar  Moçambique no combate aos ataques terroristas e extremismo violento, em alguns distritos da província.

Os ganhos da presença da SAMIM em Moçambique são notáveis, pois depois de ter passado por  um período conturbado,  Cabo Delgado,  conhece hoje uma redução de ataques dos insurgentes, graças a destruição de várias bases dos terroristas. Hoje, assiste-se na província, a um retorno ao normal funcionamento das instituições públicas e privadas; desenvolvimento das actividades económicas; livre circulação de pessoas e bens,  estando as populações a retornar, gradualmente, às  zonas de origem.

Apesar destes ganhos, a realidade aponta que ainda há desafios importantes por enfrentar – subsistem células terroristas que procuram desestabilizar o país. Isso demanda uma resposta enérgica, sobretudo, das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

Outrossim, para que este esforço seja bem-sucedido, é importante o contínuo apoio  dos parceiros de cooperação na área militar como o Ruanda e Tanzania, bem como da   União Africana, Nações Unidas, União Europeia, que têm fornecido meios e equipamentos e investido na  formação de forças especializadas contra o terrorismo.

O fundamento para este apoio tem como razão as complexidades do próprio fenómeno do terrorismo, que aliás, assume contornos globais e transnacionais.

No caso particular de Moçambique, a relevância de Cabo Delgado, no contexto internacional, é bem ilustrativa, considerando a importância estratégica das suas águas jurisdicionais na zona do Oceano Índico, que fazem interligação com o Canal de Moçambique.

Está-se perante uma rota relevante para o comércio internacional e apetecível para a pirataria marítima, pesca ilegal, contrabando de drogas e outras actividades que financiam terroristas.

Neste contexto, Moçambique necessita de investir no reforço da sua vigilância costeira e controlo do tráfego marítimo na sua  zona de jurisdição para reduzir a acção das redes criminosas.

De igual modo, a porosidade das fronteiras terrestres representa um atractivo para grupos insurgentes que procuram um “porto seguro”. Estes encontram ainda  terreno  fértil para aliciarem jovens para as suas fileiras se nesse lugares houver desequilíbrios e desigualdades sociais que contribuem para o aumento dos níveis de pobreza.

É fundamental, quanto a nós, que os projectos actualmente em implementação no Norte do país tenham um impacto rápido e visível através da criação de mais oportunidades, sobretudo para os jovens.

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