Domingo, 22 Dezembro, 2024
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Um olhar sobre as “chamussas” da Polícia

Por Jornal Notícias
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Martinho Zacarias

SOU observador atento das actividades levadas a cabo pela Polícia Municipal, de modo particular a brigada encarregue por bloquear os pneumáticos de viaturas aparentemente mal estacionadas, concretamente na baixa da capital.

Esta situação preocupa-me sobremaneira porque procuro entender o critério usado pelas autoridades para efectuar o bloqueio. Num primeiro momento julguei que esta situação ocorresse naqueles casos em que o automobilista imobiliza o veículo em local impróprio, mas depois constatei que muitas delas podiam estar na mesma situação, mas, entretanto, apenas escolhiam uma para fazer valer a lei.

Posteriormente seguiu-se a fase em que as autoridades passaram a delimitar os espaços ao mesmo tempo que faziam a divulgação dos dispositivos e mecanismos de pagamento. Ou seja, o estacionamento passou a ser taxado pelo município cujo valor depende do tempo de imobilização. E os automobilistas procedem conforme, sendo bloqueadas aquelas que abandonam o veículo onde tem a sinalização amarela a indicar a linha contínua, que significa proibição de a pisar, pelo que o condutor é forçado a seguir viagem até onde a sinalização permitir parar.

Sucede que nos últimos tempos, mesmo depois de a viatura estar bem estacionada, naquele rectângulo apropriado, os agentes da Polícia bloqueiam os pneumáticos. Presumo que deve ser por causa do pagamento que muito provavelmente deve ser feito de forma antecipada.

Até porque podem ter as suas razões, mas falta divulgação e sensibilização sobre os procedimentos no estacionamento remunerado. É imperioso que se invista um pouco mais em campanhas de sensibilização, pois a cidade tem uma postura que deve ser seguida por todos.

Pois, a forma como as coisas estão a acontecer, fica a parecer que as autoridades estão a “caçar” os automobilistas para tirar dividendos. Só do local onde aprecio o movimento dos agentes em dias úteis de trabalho, pelo menos 10 viaturas são bloqueadas com frequência.

Fica a parecer que tem um informante nas proximidades que o actualiza sobre o movimento de veículo, pois os mesmos fazem-se presentes com muita rapidez que dá para desconfiar. Pois, quando os solicitamos para outras intervenções, como seja para denunciar poluição sonora, levam muito tempo a responder a inquietação ou não aparecem. Aliás, assistem a encurtamento de rotas, entre outros males, mas ficam indiferentes, sendo flexíveis somente para o bloqueio dos pneumáticos. Até onde chegamos!

Neste momento temos o silo-auto funcional no mercado central, mas os preços não são confortáveis. Igualmente, a distância que separa os automobilistas das principais zonas de interesse é maior e o nível de segurança também deixa a desejar.

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