Domingo, 8 Setembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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A EMPRESA Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou, esta semana, a conclusão da primeira fase da duplicação da linha e aumento da capacidade da linha-férrea de Ressano Garcia bem como a ampliação do terminal ferroviário de passageiros, num investimento avaliado em 98 milhões de dólares.

Trata-se de projectos enquadrados no Plano Estratégico dos CFM, que visam permitir o aumento do volume de carga no sistema ferroviário da região sul, procurando responder à demanda a que o sistema ferro-portuário tem sido submetido nos últimos anos, sobretudo pelos países vizinhos, principalmente a África do Sul, no transporte de carga diversa, bem como melhorar a  qualidade de serviço prestado aos passageiros.

A administração dos CFM garante que com o investimento realizado naquelas infra-estrutura ferroviárias a empresa passa a ter uma capacidade de transporte situada em cerca de 33,0 milhões de toneladas por ano, o equivalente a cem por cento da carga manuseada nos portos de Maputo e Matola no ano passado.

Ademais, a julgar pelos investimentos que os CFM têm realizado, todas evidências indicam que esta companhia está comprometida em garantir o pleno funcionamento de um sistema de transporte ferro-portuário moderno, de modo competitivo, eficiente, orientado ao mercado e financeiramente viável.

Todavia, é também desejável que os investimentos realizados tragam resultados práticos, não só no que respeita ao aumento do volume de negócios para a empresa, mas que também sirvam, sobretudo, como catalisadores de actividades que possam gerar o desenvolvimento nacional e regional.

Na verdade, subsistem alguns problemas que inquietam a sociedade, cuja solução demanda, igualmente, de uma acção enérgica da empresa CFM. Pode aqui citar-se o caso do congestionamento do tráfego rodoviário causado pela passagem diária de centenas de camiões pela fronteira de Ressano Garcia com destino ao Porto de Maputo. A expectativa reinante na sociedade é que a duplicação da linha traga maior eficiência ao sistema ferroviário e contribua para o drama dos utentes da via rodoviária que serve como alternativa para o acesso ao porto.

É também desejável que o investimento feito na ampliação do terminal ferroviário de passageiros seja uma mais-valia na busca de soluções para o crónico problema de escassez de oferta de transporte público.

A realidade mostra que o país está a conhecer uma rápida urbanização em áreas que demandam transportes que, infelizmente, ainda é escasso, sobretudo para quem pretende se deslocar para o local de trabalho ou vice-versa.

Sendo, outrossim, verdade que estão em curso várias iniciativas tendentes a sanar o défice dos transportes públicos de passageiros, também não restam dúvidas de que o sector ferroviário é estratégico neste desiderato, sobretudo pela sua capacidade de movimentar centenas de pessoas numa única viagem.

Para tal, a empresa CFM deve aumentar as carreiras ferroviárias, como seu contributo para uma  efectiva mobilidade da população com segurança e dignidade, colocando-se um ponto final ao drama da sobrelotação de veículos, longos tempos de espera e uso de métodos de transporte ilegais a que os passageiros estão sujeitos.

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