Domingo, 8 Setembro, 2024
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Tráfico de pessoas e órgãos recrudesce na Zambézia

Por Jornal Notícias
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O MINISTÉRIO Público (MP) na Zambézia está preocupado com o recrudescimento dos crimes de tráfico de seres e órgãos humanos que têm vindo a aterrorizar alguns distritos desta província do centro do país.

Dados avançados, há dias, pela porta-voz da Procuradoria Provincial, Cristina Chihale, apontam para o registo, no primeiro trimestre deste ano, de quatro casos nos distritos de Namarrói, Morrumbala e dois no Gilé, envolvendo pessoas com albinismo.

Chihale disse haver uma forte crença de que os órgãos da pessoa com albinismo possam ser usados para o tratamento tradicional e enriquecimento.

A fonte considera esta versão absurda e explica tratar-se de um crime hediondo, ao qual a sociedade deve estar mais vigilante e denunciar às autoridades.

Afirmou que muitas vezes estes crimes são cometidos contra crianças, que são aliciadas e posteriormente assassinadas.

O “Notícias” soube que em Morrumbala os malfeitores escalaram, à noite, a habitação de uma família, arrombaram a porta e roubaram uma criança para depois esquartejá-la e vender os seus órgãos no Malawi.

A fonte indicou que os distritos de Nicoadala, Gilé e Morrumbala registaram casos de homicídios que também tiram sono à população.

Citou, a título de exemplo, um caso ocorrido em Nicoadala, onde os malfeitores foram a uma residência com intenção de roubar bens, mas como houve resistência, por parte da família, agrediram o dono da casa e assassinaram a esposa.

“Nesta acção, duas crianças de seis e doze anos foram violadas sexualmente”, disse a fonte no balanço do desempenho semestral da instituição .

No total, o MP registou 99 processos relacionados com a violação sexual de menores, dos quais 74 foram tramitados e remetidos ao julgamento.

Relativamente à violência doméstica, houve um registo de perto de 200 processos, na maioria deles sumários e sumaríssimos, daí que cerca de 90 por cento dos processos foram julgados nos distritos onde ocorreram.

No período em alusão, a Procuradoria instruiu 8181 processos, dos quais transitaram 3818, de 2023, para o presente ano. Dos casos recebidos pelo órgão este ano, 1417 têm arguidos presos, 30 indivíduos em regime de liberdade provisória e o restante são processos normais.

Acrescentou haver 3832 processos cuja instrução findou e foram remetidos ao tribunal para julgamento, parte dos quais terá sido julgado e os infractores condenados.

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