Domingo, 8 Setembro, 2024
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Sobre o desaparecimento de crianças, adolescentes e jovens

Por Jornal Notícias
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Reginaldo Afonso

UM fenómeno estranho está a acontecer um pouco por todo o país: fotografias de crianças, adolescentes e jovens são espalhadas pelas redes sociais para anunciar o seu desaparecimento do lar conjugal e, igualmente, solicitar a quem tiver alguma informação para entrar em contacto com os números de telemóveis colocados à disposição.

Trata-se de informações repetitivas, o que indicia que existe um mal por corrigir. Pois, houve tempos que os menores tinham a liberdade de circular onde quer que fosse sem motivos de alarme e restrições.

Sucede que nos últimos tempos há muito oportunismo, provavelmente devido as notícias sobre sequestros, raptos, etc, cujos contornos do resgate revelam-se difíceis e até indescritíveis, chegando em alguns casos até a morte da vítima. Assim, pessoas mal intencionadas aproveitam-se destes males para “introduzirem” novas formas de retirar dinheiro alheio, recorrendo a artimanhas.

Por tudo isto, os cidadãos questionam o que estará por detrás destas informações frequentes sobre o desaparecimento de menores. Será que os pais não são tão atenciosos ou há quem procura sempre uma brecha para levar menores sem consentimento dos seus tutores? questionam-se.

Vezes há que também nos chega o retorno destes desaparecimentos, sendo alguns casos em que menores voltam ao convívio familiar, mas em muitos casos ficamos sempre na dúvida. Mas, o que não se sabe é como e em que condições foram encontrados os menores bem como o local do resgate. Porque, quando se trata de sequestros sabe-se que os mesmos entram em negociações com a família e solicitam para não envolver a polícia. Será que sucede o mesmo com os menores que voltam ao convívio familiar?

Pois, nos últimos tempos existem várias formas de burla, incluindo o facto de orquestrar-se sequestros ou raptos por saber que o pai ou familiar tem algum valor que julga ser muito e, por isso, querer ter posse do mesmo. É tudo uma possibilidade porque dificilmente pode-se saber o que vai na mente do outro.

É preciso desencorajar esta prática de manter as pessoas em cativeiro. Veja-se o caso de menores que orquestram o seu próprio sequestro para tirar dinheiro dos pais. É um fenómeno estranho que deve ser corrigido com mais diálogo na famílias, entre outras acções que visam criar harmonia na sociedade.

Aliás, há necessidade de os pesquisadores aprofundarem estes fenómenos, pois, torna-se imperioso combater estes males que enfermam a sociedade moçambicana e, sobretudo, retirar o medo que as famílias têm de deixar os menores sob cuidado de terceiros.

Pois, os menores têm o direito de brincar, fazer amizades e divertir-se sem que isso constitua perigo. Da parte dos pais existe o cuidado de aconselhar os menores para não aceitar boleia de estranhos, permanecer no quintal ou brincar nas proximidades; não aceitar ofertas, de modo particular de bolachas, doces, sorvetes, etc, mas nem sempre consegue-se prevenir estes desaparecimentos.

Por isso solicita-se investigação e mais acções para travar este fenómeno de desaparecimento.

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