Terça-feira, 19 Novembro, 2024
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PARA DOENTES INTERNADOS: Hospital de Mavalane com escassez de alimentos

Por Jornal Notícias
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O HOSPITAL Geral de Mavalane, na capital do país, ressente-se da falta de alimentos essenciais, facto que está a comprometer o processo de tratamento, cura e recuperação dos pacientes internados nesta unidade sanitária.

Os utentes que antes recebiam três a quatro refeições por dia, agora estão limitados a um máximo de duas, que muitas vezes não incluem fruta e ovos, fontes importantes de vitamina essenciais para a sua saúde. Por outro lado, a comida não chega para todos, levando à dependência da visita de familiares para se alimentarem.

O “Notícias” interpelou doentes internados e outros que acabavam de receber alta para se inteirar das condições de acolhimento. Uamusse, que acabava de ter alta hospitalar, relatou ter passado fome durante os três dias em que ficou internado sob cuidados médicos.

“A minha família levou algum tempo para saber do meu internamento. Assim, fiquei no primeiro dia sem comer e só me alimentei com papas na manhã do dia seguinte”, explicou. 

Para os doentes anémicos, diabéticos e com deficiência de vitaminas, não há fruta e muito menos ovos, porque o hospital não dispõe. Esta situação deixa alguns pacientes a mercê da boa-vontade dos visitantes e familiares de outros internados, segundo relatou J. Nhatumbo, que esteve internada numa das enfermarias.

“A prioridade são os doentes que não recebem visita dos familiares. A estes é dado um pouco de comida. Há vezes em que os nossos familiares não vêem e ficamos sem comer”, lamentou.

Um doente internado que preferiu não se identificar, visivelmente enfraquecido, disse que o seu estado de saúde tende a piorar porque toma medicamentos sem se alimentar.

“A comida que me serviram era pouca. Apetece-me ir para casa e terminar a medicação, porque não me vai faltar comida, mas não me resta alternativa”, queixou-se .

O director da unidade sanitária, Mário Jacobe, disse que o défice de alimentos se deve à falta de financiamento para a sua aquisição e a situação persiste há mais de um ano. Para lidar com a situação, o hospital viu-se obrigado a reduzir a quantidade e o número de refeições, ajustando-se à demanda dos pacientes, enquanto aguarda pelo desembolso de fundos pelo Executivo e parceiros.

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