Segunda-feira, 18 Novembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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DECORRE, desde ontem, e por um período de 30 dias, em todo o território nacional, a campanha de educação cívica com vista às eleições legislativas, presidenciais, das assembleias provinciais e de governadores de província. Trata-se de um acto eleitoral de elevado valor, dado que visa consciencializar, mobilizar, informar e formar o eleitor para a sua afluência às assembleias de voto e assim determinar quem vai, afinal, dirigir os destinos da nação nos próximos cinco anos.

Auguramos, pois, uma campanha festiva, didáctica e livre de qualquer incidente e, ademais, que contribua para que todos os cidadãos em idade eleitoral activa, desde que inscritos nos cadernos eleitorais, participem activamente na votação de 9 de Outubro.

Lembramos, aqui e agora, a mancha havida no ano passado, durante a campanha de educação cívica para as eleições autárquicas, quando três agentes foram brutalmente espancados, até à morte, depois de serem confundidos com terroristas no Posto Administrativo de Catapua, distrito de Chiúre, em Cabo Delgado. Tratou-se de um episódio lamentável e surreal na história da construção da democracia no país e que não queremos ver tal facto repetir-se, nem nestas, nem noutras eleições.

Estamos cientes da complexidade da campanha, em que os agentes cívicos efectuam visitas porta-a-porta, vão aos mercados, escolas, terminais de autocarros e a outros aglomerados, difundido mensagens sobre as responsabilidades e tarefas do cidadão no processo eleitoral. Neste sentido, é de apelar à população para colaborar, acatando as mensagens sabiamente transmitidas pelos agentes.

Para evitar eventuais desacatos, tal como aconteceu no passado, sugerimos às autoridades administrativas locais que acolham os agentes de educação cívica, inserindo-os nas comunidades e facilitando o seu trabalho de difusão da mensagem sobre as eleições. Estamos cientes de que para que isso ocorra os próprios agentes devem conhecer o seu papel para que não sejam confundidos com promotores de campanha e/ou propaganda política. A sua acção deve circunscrever-se apenas em informar e formar devidamente o cidadão sobre a data da eleição, a importância de participar na votação, a documentação requerida para o efeito, os passos a seguir e, acima de tudo, a conduta deste antes e depois da votação. É um exercício necessário, até porque fundamental para contornar o nível de abstenções registado nos últimos processos eleitorais, o que se afigura mau para a nossa jovem democracia. Aqui, os cidadãos são desafiados a demonstrar a sua maturidade e compromisso com os valores dessa mesma democracia, participando massivamente nas eleições.

Talvez seja bom lembrar que a tarefa de mobilizar o eleitorado para as urnas não é exclusiva dos agentes cívicos. Os partidos políticos, coligações de partidos políticos, grupos de cidadãos proponentes, candidatos, organizações da sociedade civil, congregações religiosas, empresários, observadores e demais são convocados a conjugar sinergias para formar, informar, mobilizar e persuadir o eleitorado a participar de forma activa e conscientemente no processo eleitoral. Vale pois resumir que a realização de eleições constitui tarefa de toda a sociedade moçambicana. É assim que esperamos que o desempenho de cada um neste processo seja exemplar, brilhante e persuasivo de modo a influenciar a todo o universo eleitoral, estimado em pouco mais de 17 milhões, a participar na eleição de 9 de Outubro.

Sejamos todos vectores da mensagem “vamos participar activamente no processo eleitoral”.

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