Domingo, 22 Dezembro, 2024
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Falta de água nas escolas condiciona o ensino

Por Leovigildo Cruz
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LEOVIGILDO DA CRUZ

A FALTA de pagamento de água levou à suspensão do seu fornecimento a várias escolas das cidades de Maputo e da Matola, condicionando o processo de leccionação, com todos os impactos negativos para a saúde dos alunos.

Fundamental para a vida, o recurso que devia ser o garante da saúde, higiene e dignidade das pessoas parou de jorrar nas torneiras, deixando milhares de estudantes, professores e corpo técnico-administrativo entregue à própria sorte.

A água é um recurso crucial para a realização das actividades diárias, por isso o problema transformou a rotina escolar, tendo a preocupação com a sede e a higiene se sobreposto à necessidade de aprender.

Na capital do país, mais de 20 estabelecimentos de ensino ficaram desprovidos do recurso durante mais de três meses, o que obrigou alunos a trazerem água das suas residências para o consumo e limpeza das casas de banho.

Por temer a eclosão de doenças relacionadas com o saneamento deficiente, houve escolas como a “Unidade 18”, sita no bairro Aeroporto, que encerraram os sanitários, enquanto outras procuraram soluções locais.

No município da Matola, a situação mais gritante ocorre no bairro da Liberdade, onde três instituições que partilham o mesmo recinto tiveram o serviço interrompido em meados de Junho.

Trata-se do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), do Centro de Formação Profissional das Obras Públicas (CFPOP) e o Instituto Médio de Saúde Cefosama. No complexo onde as escolas funcionam, a higienização dos sanitários tornou-se impossível comprometendo o ambiente de aprendizagem.

“Não temos água na escola, o que tem condicionado as aulas devido às péssimas condições nas casas de banho”, contou A. Bila, estudante do Instituto Cefosama.

O problema tem barba branca e já foram feitos vários apelos para se encontrar uma solução para repor este serviço.

“Há três meses que o fornecimento de água foi interrompido. Os sanitários estão fechados e exalam mau cheiro porque estão sujos”, contou um estudante do CFPOP que não se quis identificar.

“Somos obrigados a comprar água ou a trazê-la de casa para beber. As casas de banho foram fechadas e temos de recorrer a casas próximas da escola ou a pagar entre cinco e vinte meticais nas instituições vizinhas para satisfazer as necessidades biológicas”, explicou outra discente do ISArC.

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