Domingo, 22 Dezembro, 2024
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DE JOÃO AYRES: Espólio expressa arte anti-colonial em Moçambique

Por Jornal Notícias
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RETRATOS da miséria, racismo e da condição social da população negra durante o colonialismo português em Moçambique são lembrados na exposição “Nanquim Preto Sobre Fundo Brando”, do artista plástico português João Ayres (1921-2001).

A mostra reúne obras produzidas pelo artista plástico em Moçambique, entre 1947 e 1970, e estão patentes desde ontem em diferentes pontos da cidade de Maputo, incluindo a Galeria Kulungwana, Instituto Guimarães Rosa (IGR), Museu Nacional de Arte (MUSART) e Camões – Centro Cultural Português. 

O conjunto das obras, como refere uma nota sobre o evento, centra na condição social das camadas proletárias, vida dos trabalhadores na doca de Maputo e nas expressões mais vernáculas do povo moçambicano, assim como o desenvolvimento do espírito revolucionário que culminou com a luta de libertação nacional.  

Com a curadoria de Alda Costa, de Moçambique, e Natxo Checa, Portugal, a exposição propõe igualmente um olhar para as três primeiras décadas de produção artística de João Ayres, repondo a sua importância histórica e artística em Moçambique.

“Nanquim Preto Sobre Fundo Branco” pode ser apreciado até Setembro. A programação complementar a esta exposição é composta por uma sessão de exibição do filme “João Ayres, Pintor Independente”, de Diogo Varela Silva, nos centros culturais envolvidos no projecto.

João Ayres nasceu em Lisboa, Portugal, em 1921. Estudou Arquitectura na Escola de Belas Artes de Porto. Em 1946, João Ayres muda-se para Moçambique, onde se encontrava o pai, o pintor naturalista Frederico Ayres, como professor na Escola Técnica da ex-Lourenço Marques.

Em Moçambique, além de pintor, orientou cursos de pintura e desenho no Núcleo de Arte em diferentes períodos, tendo influenciado e contribuído para a formação de artistas como António Bronze, José Júlio, Malangatana, entre outros.

A obra de João Ayres está representada em diversas colecções privadas e públicas, destacando-se a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Grão Vasco (Viseu), o Museu Nacional de Arte (Maputo), e o Museu de Arte Moderna de São Paulo.

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