Terça-feira, 19 Novembro, 2024
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REFLEXÕES DA MUVALINDA: “Opium”

Por Jornal Notícias
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“OPIUM” é uma substância extraída da papoila, que possui propriedades narcóticas e analgésicas. É frequentemente utilizada na produção de medicamentos para alívio da dor, mas também pode ser utilizada de forma ilegal como uma droga recreativa. É importante lembrar dos riscos à saúde associados ao uso indevido do ópio e de produtos derivados dele.

O uso do ópio e de substâncias derivadas, como a heroína, pode ter diversas consequências negativas para a saúde física e mental. Alguns dos riscos associados ao uso de opioide incluem:

- Dependência química: o ópio é altamente viciante e pode levar rapidamente à dependência física e psicológica.

- “Overdose”: o uso do ópio em doses elevadas pode levar a uma “overdose”, que pode ser fatal.

- Problemas de saúde física: o uso prolongado de opiáceos pode causar danos ao fígado, coração, pulmões e cérebro, além de problemas gastrointestinais.

- Problemas de saúde mental: o uso de opiáceos pode desencadear ou agravar problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.

- Riscos sociais: o uso de drogas pode levar a problemas legais, financeiros e familiares.

Existe aqui na capital de Moçambique, Maputo, uma discoteca chamada Opium (creio que o nome foi dado em inspiração a substância que descrevi acima) que é considerada por muitos como uma das melhores e mais luxuosas discotecas da cidade, por isso a mesma atrai muita gente aos fins-de-semana para se divertirem e tirarem fotos na decoração de luzes de asas de anjo estampada na parede.

Eu não gosto de discotecas, mas no fim-de-semana passado a convite e agitação de um grupo de amigos acabámos por terminar a madrugada no “Opium”. Foi a minha primeira vez. O local é bonito e aconchegante, o Dj tocava músicas modernas e aliciantes, porém, a grande moldura humana que estava no local era maioritariamente composta por adolescentes menores de 18 anos, eram praticamente crianças, parecia um festival de escola secundária, e eu perguntava-me como deixam crianças entrarem na discoteca, não há fiscalização de modo a que menores de 18 anos não frequentem discotecas?!

O pior é que aquelas crianças estavam a consumir todo o tipo de bebidas alcoólicas que ali se comercializavam, como também os famosos cigarros eléctricos “vape” de forma destemida com naturalidade que me deixou arrepiada e indignada.

A cada dia as coisas pioram na nossa sociedade e no mundo. De certeza que parte daqueles adolescentes encontrava-se no “Opium” com a autorização e conivência dos pais e/ou encarregados de educação e porque todos queremos lucrar a todo custo as discotecas não fazem questão de cobrar e verificar o bilhete de identidade na entrada para não permitir a presença de menores.

Então, em vez de me divertir fiquei horrorizada com o que vi os menores a fazerem no “Opium”. Pensei que pelo facto de este espaço ostentar a fama de melhor discoteca da capital fosse mais selectivo e cumprisse as regras estabelecidas. Fiquei decepcionada.

Enfim, queridos leitores que tenham filhos, enteados e sobrinhos adolescentes, vamos monitorar o ambiente que eles frequentam de modo a garantir o seu desenvolvimento íntegro e saudável, pois, como devem saber, a adolescência é uma fase conturbada da vida e carece de muita atenção, diálogo e pulso firme da parte dos pais e encarregados de educação para que eles não se percam e tomem decisões difíceis de reverter.

Gostaria de deixar ficar o texto bíblico que encontramos em Provérbios 22:6 - “Instrua a criança segundo os objectivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” Este versículo destaca a importância de educar e orientar as crianças desde cedo, ensinando-lhes valores e princípios que as ajudarão a trilhar um caminho correcto ao longo da vida. É um lembrete da responsabilidade dos pais e cuidadores em guiar e instruir as crianças no caminho da retidão.

*Psicóloga e activista social

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