Sexta-feira, 22 Novembro, 2024
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ONU denuncia tortura a prisioneiros palestinos

Por Jornal Notícias
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DEZ peritos das Nações Unidas (ONU) alertaram para a “escalada de recurso à tortura” em Israel contra prisioneiros palestinos desde o início do actual conflito, denunciando uma “impunidade absoluta” e apelando à prevenção deste crime contra a humanidade.

Em comunicado divulgado segunda-feira, os peritos da ONU, mandatados pelo Conselho de Direitos Humanos, mas que não se exprimem em seu nome, sublinham que “a escalada do recurso à tortura por Israel contra os palestinos em detenção é um crime contra a humanidade que pode ser evitado”.

O texto denuncia uma situação de “impunidade absoluta” e o “silêncio dos Estados, após o surgimento de testemunhos e de relatórios sobre as alegações de maus-tratos e torturas” e apelam a “exercer pressão sobre Israel” destinada a permitir um sistema de acesso, vigilância e protecção dos prisioneiros palestinianos.

“Será necessária, agora, uma presença internacional independente de observadores dos direitos humanos. Devem tornar-se nos olhos do mundo”, afirmaram.

A 31 de Julho, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, divulgou um relatório onde se referia que desde o ataque em território israelita do movimento islamista palestino Hamas, a 7 de Outubro, numerosos palestinos foram detidos em segredo e, em muitos casos, com a aplicação de métodos de tortura.

No relatório ora divulgado, os peritos indicam ter recebido “informações credíveis”, que revelam numerosos casos de tortura, agressões sexuais e violações “em condições atrozes”.

“Numerosos testemunhos de homens e mulheres referem-se a prisioneiros detidos em jaulas, amarrados às suas camas, os olhos vendados e com fraldas ou despidos, privados de cuidados de saúde adequados, de alimentação, de água, de sono”, submetidos a “electrochoques, incluindo nas partes genitais, a chantagens e a queimaduras de cigarros”. Espancamentos, simulação de afogamento e ataques com cães também foram denunciados por diversas testemunhas.

Segundo o relatório do Alto Comissariado publicado na semana passada, entre 7 de Outubro e 30 de Junho, pelo menos 53 prisioneiros palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia morreram no decurso da sua detenção por Israel.

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