Segunda-feira, 16 Setembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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O INFORME sobre a situação geral da nação, apresentado pelo Chefe do Estado, na Assembleia da República, constitui o assunto mais marcante desta semana.

A comunicação tornou-se, rapidamente, de interesse geral e de debate, em virtude das várias acções nela plasmadas e, também, por ser a última informação do Presidente no ciclo de governação (2015-2025).

O informe é, digamos, um convite à reflexão sobre o país que somos, sobretudo, a compreensão de que o Governo nunca vergou na superação dos desafios.

A informação é ainda uma apologia realística do que é hoje Moçambique nos cenários socioeconómico, político, cultural e desportivo. Proporciona-nos uma visão das veredas do futuro a curto, médio e longo prazos.

Cita iniciativas que evidenciam sucessos no desenvolvimento do capital humano; justiça social; criação de emprego para jovens; agricultura comercial; ousadia do aumento salarial na Função Pública, para além da conectividade rodoviária e ferro-portuária, propiciada pela edificação de infra-estruturas; prestação de serviços sociais e recuperação do prestígio internacional de Moçambique, tornando-o mais atractivo ao investimento.

No documento, Filipe Nyusi sublinha as contingências ao desenvolvimento causadas, numa primeira fase, pela tensão militar, no centro, e, mais tarde, pelo terrorismo, em Cabo Delgado, associados aos desastres causados pelas mudanças climáticas.

Aliás, Moçambique foi sacudido, em 2019, pelo “Idai”, o pior ciclone ocorrido no hemisfério Sul nos últimos 50 anos, para além de tantos fenómenos climáticos que se sucederam e causaram luto e destruição.

A estes eventos juntam-se também conflitos internacionais que, combinados, configuraram um manto de dificuldades à governação. Mesmo assim, Nyusi e a sua equipa foram gerando alternativas para cumprir integralmente a agenda proposta aos moçambicanos.

Anotamos a abordagem sincera e profunda, mas nunca extremada, daqueles assuntos que, sendo estruturantes, não foram resolvidos na plenitude, como os raptos, que, humildemente, Nyusi reconheceu não ter encontrado a chave para a saída airosa que pretendia. Contudo, mostrou os passos dados no combate ao mal que, na sua opinião, passa também pela colaboração de todos.

Foi uma oportunidade para o Presidente debruçar-se sobre os feitos do Governo, destacando aspectos que sublinham o seu legado e referir-se às vulnerabilidades que ainda precisam de lima.

Do documento extraem-se os passos dados na última década de governação, com marcos e legado, mas sem descurar constrangimentos e dilemas, num cenário em que as expectativas e a capacidade de correspondê-las nem sempre são consentâneas.

Por isso, para nós, o informe do presidente é um irrepreensível diagnóstico de governação e demonstração de como Moçambique se foi transformando num país resiliente.

Justo será dizermos que o perfil da nação que nos foi dado a observar exige acção colectiva para que continue no trilho do progresso. Até porque, não obstante o terrorismo, conforme Nyusi assumiu, deixa um país reconciliado. E a missão, doravante, é manter o diálogo em prol da estabilidade.

Agora falta cada um no seu lugar dar o seu contributo, afinal, a nação só continuará firme, una e indivisível se todos fizermos, correctamente, a nossa parte.

Foto: J.Capela

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