Sábado, 21 Dezembro, 2024
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SALIMO MUHAMAD (1948-2024): Músico comprometido com a arte

Por Jornal Notícias
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SALIMO MUHAMAD (1948-2024). Photo: Féling Capela

LUCAS MUAGA

O MÚSICO Salimo Muhamad, falecido na quarta-feira, no Hospital Central de Maputo, vítima de cancro do pulmão, deixa como um dos seus maiores legados a luta incansável pelos direitos dos artistas.

Não é por acaso que foi um dos fundadores da Associação dos Músicos Moçambicanos (AMMO) e da Sociedade Moçambicana de Autores (SOMAS), onde exerceu o cargo de secretário-geral. O músico acreditava firmemente que os artistas deviam viver dignamente da sua arte, sem necessidade de recorrer a outras fontes de rendimento.

Domingos Simeão Mazuze Júnior, seu nome de baptismo, foi nascido a 13 de Agosto de 1948, em Xai-Xai, na província de Gaza, e viveu uma vida dedicada à arte, música e defesa dos seus direitos e da liberdade de expressão.

Filho do casal Domingos e Maria Mazuze, sempre demonstrou ser uma pessoa multifacetada. Salimo formou-se na Escola Mouzinho de Albuquerque, actual Escola Industrial de Maputo, em pintura decorativa, embora não tenha seguido essa carreira. Foi um período marcante na sua biografia, pois ali partilhou a sala de aula com o falecido Hortêncio Langa, outro ícone da velha-guarda.

Ao longo da carreira, o artista foi frequentemente considerado uma figura polémica, muitas vezes devido à sua intolerância ao uso indevido das suas obras. Em várias ocasiões, tomou medidas drásticas, como proibir o uso das suas criações quando utilizadas sem o devido pagamento dos direitos de autor. Além disso, a sua música foi caracterizada por combater a injustiça e violência.

Salimo, muita vezes, recorria a metáforas nas suas composições, especialmente, para abordar temas políticos e sociais pouco discutidos, o que de certa forma atraiu ouvintes. Músicas como “Mamana Maria”, “Wayitiva”, “Bilibiza”, “Huwa”, “Tereza”, “Paz”, “Melo Yelo” e “Suzete” são exemplos disso.

Foto: Féling Capela

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