Domingo, 22 Dezembro, 2024
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GARANTE EMBAIXADOR ITALIANO: Terrorismo não ameaça produção  de gás da ENI

Por Jornal Notícias
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O EMBAIXADOR italiano em Moçambique, Gianni Bardini, assegura que o terrorismo que assola Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, não afecta as operações da petroquímica italiana, ENI, que opera o projecto Coral Sul FNLG, mas reconhece que a situação impacta negativamente outros empreendimentos.

Garante que o projecto Coral Sul FLNG, implementado pelas concessionárias da Área 4 da bacia do Rovuma, está fora da rota do terrorismo porque dista a mais de 50 quilómetros da costa.

Contudo, o mesmo não acontece com a empresa italiana Saipem, que está envolvida no projecto da TotalEnergies, interrompido por questões de segurança, explicou Bardini numa entrevista concedida à AIM, em Maputo.

A Saipem é responsável pela engenharia do projecto Mozambique LNG e fechou um acordo de sete biliões de dólares para a sua implantação.

“A segurança para a ENI não é um problema porque o projecto é offshore. O gás está a ser extraído e liquefeito a 60 quilómetros da costa através de uma plataforma flutuante. O gás é extraído a uma profundidade de cerca de dois mil metros e, por isso, a ENI nunca foi impactada pela insurgência”, disse.

Explicou que apenas afecta outros empreendimentos italianos envolvidos com Mozambique LNG, da TotalEnergies. Algumas empresas como a Saipem esperam pela retoma.

O diplomata fez menção ao discurso do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no último informe sobre a nação, prestado semana finda, no qual partilhou a situação das operações da ENI no país.

Referiu que a plataforma flutuante de gás natural Coral Sul FLNG já exportou para o mercado global 4,48 milhões de toneladas, que resultam de 63 carregamentos registados desde o primeiro ocorrido em Novembro de 2022.

O Chefe do Estado apontou a exploração dos hidrocarbonetos como legado que deixa ao país, findos dois mandatos de governação.

Para Nyusi, as operações da italiana ENI simbolizam um sonho de décadas e posiciona Moçambique como actor relevante no mercado mundial de energia.

Bardini reconhece que há avanços significativos no combate ao terrorismo em Cabo Delgado e espera que o projecto da TotalEnergies, orçado em mais de 20 biliões de dólares norte-americanos, interrompido por motivos de (força maior), retome o mais breve possível, para ajudar a acelerar o crescimento da economia moçambicana.

O diplomata acredita que a economia do país vai crescer nos próximos anos, fruto das receitas dos projectos de gás em curso, mas adverte sobre o fardo da dívida pública que atingiu níveis alarmantes, cerca de 70% do PIB.

Para o embaixador italiano, a dívida está a limitar o país a mobilizar outras fontes de financiamento nas praças financeiras internacionais, porque o seu nível de endividamento é insuportável.

Referiu que 92% do Orçamento do Estado é gasto para pagar salários e o custo de dívida, tanto externa como interna,

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