Sexta-feira, 22 Novembro, 2024
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Implementação da TSU está a ser desafiante

Por Jornal Notícias
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CHEGOU a Maputo em Setembro de 2020 como novo representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição para a qual ingressou em Agosto de 2010, tendo desempenhado várias funções.

Alexis Meyer encontrou em Maputo, uma a economia sob bloqueio dos parceiros internacionais por conta do escândalo das dívidas não declaradas e que, simultaneamente, enfrentava os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 bem como uma onda de ataques em Cabo Delgado onde os terroristas chegaram a ocupar espaços territoriais significativos.

Durante a sua estada em Maputo, Meyer assistiu a implementação da controversa Tabela Salarial Única (TSU) ao mesmo tempo que participou nas negociações de um programa de financiamento das reformas estruturais voltadas a solidificar as instituições que gerem a coisa pública.

Já na hora do adeus e numa entrevista exclusiva ao “Notícias”, Alexis Meyer diz que deixa Moçambique num estágio em que a província de Cabo Delgado está numa situação menos complicada, no entanto, reconhece que a economia precisa de encontrar um melhor equilíbrio. Leia a seguir os excertos da entrevista:

NOTÍCIAS (NOT) – Está a terminar o mandato como representante do FMI em Moçambique. Volta com o sentimento de dever cumprido?

ALEXIS MEYER (A. M.) – Foi um prazer muito grande trabalhar em e com Moçambique, tanto a nível pessoal como profissional. Tive a oportunidade de auxiliar nas negociações de um programa de financiamento com uma agenda de reformas estruturais voltadas a solidificar as instituições que gerem a coisa pública. Conseguimos avançar muitos objectivos comuns e isso sim me deixa contente.

NOT- Na essência, como é que deixa a economia moçambicana e quais são os cenários para o futuro?

  1. M. – Quando cheguei a Maputo em 2021 estávamos em um momento complicado, em meio a pandemia. Acompanhei a primeira recessão em três décadas do país. Ao mesmo tempo tínhamos insurgentes controlando áreas importantes em Cabo Delgado. O país colocou muitas dessas dificuldades para trás, a pandemia foi combatida com medidas acertadas de políticas sanitárias e vacinação, com o auxílio das forças de Ruanda e SAMIM, Cabo Delgado vive hoje uma situação muito menos complicada e a economia voltou a crescer em níveis bastante razoáveis. Mas a economia precisa encontrar um melhor equilíbrio, o crescimento do sector não-extractivo precisa ser auxiliado e mais precisa ser feito para combater a pobreza.

NOT – Nestes anos, qual é o momento que mais lhe marca na economia moçambicana?

  1. M. – Fiquei muito impressionado com a resiliência, calma e perseverança da sociedade durante a pandemia. Muitas famílias, principalmente aquelas ligadas ao sector de serviços, tinham perdido o emprego, mas pude ver como as pessoas buscavam as melhores saídas nesta dificuldade. Presenciei ali muito empreendedorismo e espírito comunitário. Me impressionou.

NOT – Um dos grandes desafios que a economia tem é fazer com que o crescimento económico se reflicta na vida dos cidadãos. Como é que acha que isso deve ser feito?

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