Segunda-feira, 16 Setembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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Os números apresentados esta semana pelas autoridades sobre a sinistralidade rodoviária e outro tipo de acidentes relacionados com a movimentação de pessoas e bens são elucidativos de que algo mais deve ser feito, urgentemente, para se evitar o contínuo derramamento de sangue nas mais diversificadas vias em Moçambique

.É que, apesar de indicar para uma redução em cerca de 13 por cento dos acidentes de viação no primeiro semestre deste ano, este tipo de sinistros é apontado como responsável por 310 mortes, contra 357 de igual período de 2023.

O relatório também se refere ao aumento do número de mortes por acidentes ferroviários, 39 contra 18 registados no primeiro semestre de 2023.

Não passa despercebido o número de vítimas mortais no transporte marítimo, 141 mortes, contra 34 registados no primeiro semestre de 2023.

A estas estatísticas juntam-se os feridos e danos materiais causados pelos acidentes, com impactos incalculáveis na qualidade de vida das pessoas envolvidas e seus parentes e ainda na economia do país em geral, uma vez que, não raras vezes, para lidar com a situação o Estado tem de recorrer a meios nem sempre disponíveis internamente, o que demanda o dispêndio de divisas.

Sem minimizar o esforço empreendido pelos diversos actores, desde o Governo, parceiros privados nacionais e internacionais na sensibilização das pessoas sobre a prevenção dos acidentes no país, somos levados a concluir que muito ainda precisa de ser feito para se conter tamanha chacina.

A aposta na sensibilização não deixa de ser um caminho importante, no entanto, quanto a nós, a fiscalização continua e continuará a ser a chave para se travar este tipo de males nos diversos corredores por onde se movimentam pessoas e bens no país.

A fiscalização a que nos referimos não se cinge aos meios como, por exemplo, as condições técnicas das viaturas, barcos, aviões ou mesmo dos comboios, mas, sobretudo, engloba o próprio Homem-condutor/maquinista, polícia, fiscal ou sinaleiro.

Não deixa de ser também importante uma atenção especial às vias por onde circulam os meios de transporte, quando se trata de viaturas ou comboios, que precisam de estar em melhores condições de transitabilidade.

É salutar o facto de o próprio Ministério dos Transportes e Comunicações estar a implementar campanhas de educação de todos os intervenientes, por forma a adoptar uma conduta segura, e cumprimento dos regulamentos de transporte ferroviário e marítimo visando fazer face a este quadro sombrio dos acidentes.

São igualmente reconfortantes as reformas para ajustar as normas aos actuais desafios e as revisões do Código da Estrada e do Regulamento do Transporte em Automóveis e Reboques.

Entretanto, conforme observámos em ocasiões anteriores, não bastam as campanhas periódicas de sensibilização rodoviárias sobre a sinistralidade ferroviária ou reforma legal.

Há também que se encontrar uma solução estruturante para o problema da corrupção generalizada nas entidades encarregues de fiscalizar a circulação dos meios de transporte de pessoas no país.

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