Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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É JÁ amanhã que inicia a campanha de “caça ao voto” para as eleições gerais, legislativas e presidenciais e das assembleias provinciais de 9 de Outubro em todo do país, processo que envolve quatro candidatos presidenciais e 37 partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos admitidos pelo Conselho Constitucional (CC) e pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Durante 45 dias, conferidos por lei, os concorrentes falarão dos seus manifestos, “namorando” o eleitorado para votar neles. A campanha eleitoral é precedida de pré-campanha, durante a qual vimos os candidatos presidenciais a se desdobrarem por alguns círculos eleitorais do país e na diáspora, falando das linhas gerais dos seus manifestos, cuja essência gravita na criação de condições para um Moçambique melhor.

Durante essa fase, não prevista na lei, no entanto permissível no contexto de eleições, vimos igualmente candidatos presidenciais a se submeterem ao crivo, por via de entrevistas na comunicação social. Como sempre foi característico nestes períodos, apelos para uma campanha pacífica, ordeira e cívica ouviram-se de diversos órgãos e entidades, incluindo a CNE e a sociedade civil, aos quais nos associamos.

Com efeito, é desejo dos moçambicanos que desta vez e com base nos episódios que ocorreram em processos anteriores, a exemplo das autárquicas de Outubro de 2023, a campanha decorra num ambiente de paz, tranquilidade e de festa, sem escaramuças, vingança e discursos ou atitudes de incitamento ao ódio e intolerância, mas, sobretudo, de respeito à lei e às diferenças.

Entendemos que este tipo de discursos ou atitudes violentas não faz sentido e muito menos devem ter espaço, ao fecho de 30 anos de democracia multipartidária no país. Auguramos uma campanha de celebração e de reafirmação da vontade que norteou a introdução do multipartidarismo e não uma jornada que relembre ou reedite a violência que marcou alguns processos anteriores.

Esperamos que as dificuldades por que o país passa não sejam empecilho para que a campanha decorra num clima de irmandade e urbanidade, até porque acreditamos que os competidores entram para este “jogo” com conhecimento do “terreno”.

Vale recordar que em todos os processos o CC fez reparos e deixou recomendações sobre o que deve ser aprimorado na legislação eleitoral, os erros cometidos pelos intervenientes, tanto pela CNE, como pelos partidos ou grupos concorrentes, e a pertinência destes se prepararem, cumprindo, escrupulosamente, as etapas preconizadas pela lei.

Esperamos, igualmente, que os partidos tenham transmitido aos seus membros e simpatizantes a mensagem de não à violência na campanha, de respeito às diferenças e primazia da convivência pacífica e harmoniosa entre os actores. Não é necessário sobrepor, destruir material de propaganda do adversário ou símbolos, por exemplo, como nos têm habituado membros de certos partidos.

A Polícia deve encarregar-se, unicamente, de garantir que o processo decorra sem violação da lei e ordem e não mais do que isso.

Por fim, esperamos que os concorrentes disponibilizem a tempo os seus itinerários à Imprensa, para permitir uma cobertura jornalística abrangente.

Foto: J.Capela

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