Segunda-feira, 16 Setembro, 2024
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Sector imobiliário foi invadido para lavagem de dinheiro

Por Jornal Notícias
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O Empresário do sector de construção, Aldimiro Guijanhane considera que o sector imobiliário moçambicano está em crise e aponta que dentre vários factores, destaca-se que a proliferação nos últimos anos, de empresas criadas para o branqueamento de capitais.

Trata-se dum sector emergente que no entender do nosso interlocutor começou por ser marcadamente informal, tendo em conta, o contexto que se seguiu logo após a implementação do Programa de Reabilitação Económica – PRE.

“Neste período houve a necessidade do Estado se desfazer das casas que estavam sob alçada do Parque Imobiliário do Estado – APIE. Foi aqui que começaram a surgir alguns privados que aos poucos foram arrendando esta e aquela casa”, contextualizou.

Com o tempo, nos anos 2000, segundo Guijanhane começaram a surgir algumas empresas privadas no ramo imobiliário, constituídas maioritariamente por empresários portugueses e turcos, e mais tarde alguns moçambicanos.

A fonte refere que em enquanto as empresas nacionais tentavam emergir, surgiram depois construções robustas, na sua maioria, concretizadas em pouco tempo e com fundos de proveniência duvidosa.

“Isto começa a denotar-se a partir dos anos 2012 – 2014 para cá. O sector começou a ter indivíduos que procuram a todo custo fazer a lavagem de dinheiro. Tanto indivíduos que trabalharam no sector público e que fizeram saques como em outros estados, viram nesta área o local fértil para fazer a lavagem do dinheiro. É aqui onde o sector imobiliário começa novamente a enfrentar desafios”, observou Guijanhane.

Acrescentou que porque o objectivo destes investimento é lavar o dinheiro começou-se a se distorcer a base da construção deste sector imobiliário daí que a maior parte dos empresários honestos entrou  em decadência e alguns estão mesmo falidos porque não conseguiram concorrer em pé de igualdade.

“O que acontece hoje é que os criminosos dominam o mercado e investem muito dinheiro e não esperam lucro de imediato, enquanto o sector imobiliário real vai buscar o dinheiro na banca e vai vendendo aos poucos a preços competitivos. Eles podem comprar uma casa de luxo na Julius Nyerere para depois demolir e construir um novo edifício em tempo recorde. Eles chegam a adquirir uma vivenda a 450 mil dólares não para usufruir mas para demolir e erguer um edifício vertical com mais apartamentos”, desabafou

A fonte prossegue referindo que o sector imobiliário moçambicano não consegue comportar esses investimentos porque nem a própria banca não aceita absorver os riscos, porque em casos de falhas pode-se arrastar o sector bancário para a crise.

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