Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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Vulnerabilidade financeira e tráfico de drogas no país   

Por Jornal Notícias
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AILTON DA CRUZ

MOÇAMBIQUE tem vindo a registar diversas operações de combate ao branqueamento de capitais e ao tráfico de drogas, com a mais recente operação da Procuradoria da Cidade de Maputo a ordenar o encerramento de 24 parques e a apreensão de 608 viaturas, além da detenção de 17 indivíduos, todos de nacionalidade paquistanesa.

Estas acções revelam uma realidade preocupante: a extrema vulnerabilidade do país para estas práticas criminosas, que continuam a ameaçar a estabilidade económica e social de Moçambique.

Não é de hoje que  o nosso país tem sido considerado um dos corredores de drogas que ligam os continentes Americano, Asiático e Europeu , bem como a África do Sul e outros países vizinhos. O recente caso da apreensão de drogas camufladas em cosméticos e rebuçados na posse de estrangeiros evidencia a sofisticação e a persistência destas redes criminosas.

O problema é agravado pela entrada clandestina ou corrupta de muitos destes indivíduos, aproveitando-se da fragilidade das nossas fronteiras e da corrupção no Serviço Nacional de Migração. Este cenário permite que criminosos transnacionais operem livremente em território moçambicano, desafiando a eficácia das instituições nacionais.

Reconhece-se o esforço das autoridades para combater essas práticas ilícitas, como demonstram as acções recentes da Procuradoria-Geral da República. Contudo, é preciso admitir que essas acções, embora louváveis, sejam muitas vezes insuficientes diante da magnitude do problema.

A falta de uma fiscalização eficaz, a corrupção institucional e a insuficiência de recursos para as forças de segurança e justiça dificultam o combate à essas práticas. É imperativo que o Governo de Moçambique adopte medidas mais robustas, intensifique a cooperação internacional e reforce as suas instituições para fazer frente a este flagelo que, se não controlado, continuará a comprometer o futuro do país.

Moçambique não pode permitir que o seu território seja utilizado como um ponto estratégico para o branqueamento de capitais e o tráfico de drogas. A luta contra esses crimes deve ser uma prioridade nacional, com uma abordagem integrada que envolva todas as forças da sociedade, desde as autoridades até à população em geral. Somente com um compromisso sério e contínuo será possível virar essa página e garantir um futuro mais seguro e próspero para o nosso país.

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