Terça-feira, 5 Novembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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O DISTRITO de Marracuene, província de Maputo, é, sem dúvida, “a capital económica temporária” de Moçambique, por conta da realização desde segunda-feira da 59.a edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), evento que anualmente junta empresários nacionais e de vários quadrantes do mundo com interesses de fazer negócios no país.
Dada a sua dimensão multifacetada, a FACIM é a maior montra de produtos e serviços nacionais com potencial para a exportação, além de ser uma oportunidade de atracção de Investimento Directo Estrangeiro.
Enquanto exposição anual e multissectorial, a FACIM tem a vantagem de congregar num único espaço todos os sectores económicos à escala planetária, daí se ter tornado num lugar privilegiado de encontros de negócios.
Números partilhados pela organização apontam para a participação no certame de 26 países e 3300 expositores, sendo 2300 empresas nacionais, o que concorre para o estabelecimento de parcerias e atracção de investimento.
Na exposição destacam-se a indústria transformadora, serviços e agricultura, esta última com produtos de qualidade, o que, aliás, justifica o seu peso na economia, onde contribui com 25 por cento no PIB.
É também notória a presença de sectores como a energia e mineração, numa demonstração clara da diversidade do potencial existente no país.
Para além do sector formal, na FACIM, tal como em ocasiões anteriores, há também espaço para o informal, que tem expressão na economia. É a manifestação de uma feira inclusiva, cujos negócios não se circunscrevem nos contactos e parcerias entre empresas tradicionais.
Apesar dos desafios económicos que o país atravessa, a FACIM demonstra a vitalidade duma economia consubstanciada na resiliência dum sector empresarial dinâmico, impulsionado por um continuado processo de reformas visando a melhoria do ambiente de negócios.
Não obstante os resultados visíveis tanto a nível organizacional quanto na qualidade da exposição, somos levados a concluir que, mais do que promover, o país precisa de avançar rapidamente para uma legislação que obrigue ou que estabeleça quotas para a transformação local dos produtos, respondendo, aliás, ao lema da feira, “Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional”.
O desejo de se avançar nesta perspectiva voltou a ser manifestado pelo Presidente da República, no discurso inaugural da feira, mas achamos que, mais do que apelar, o Governo deve avançar rapidamente para uma legislação específica sobre esta matéria.
Além dos ganhos financeiros em impostos para o Estado, a industrialização com base na transformação local das matérias-primas tem a vantagem de promover o emprego em toda a cadeia produtiva até à exportação.
Um desafio vai para a organização da feira, para que melhore a qualidade das infra-estruturas da exposição e a fiabilidade da electricidade fornecida ao recinto. Não faz sentido que todos os anos os empresários se queixem da oscilação da corrente, o que acaba beliscando a imagem do evento.
Desejamos, igualmente, que no final desta feira os 3300 expositores tenham feito negócios e fechado parcerias que procuram para o investimento, a bem da economia, que hoje tende a ser mais global.

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