Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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Aumentam episódios de violência doméstica

Por Jornal Notícias
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PELO menos 541 mulheres e crianças foram vítimas de violência física e psicológica no primeiro semestre do ano na cidade de Maputo, o que representa um aumento comparativamente aos 519 casos registados no período homólogo de 2023.

O distrito municipal KaMaxakeni registou o maior número de ocorrências, com mais de 152 pessoas a sofrerem agressão física, psicológica e/ou patrimonial.

A chefe do Gabinete de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência, Ana Maria Langa, apontou a denúncia pública como um factor que contribui para a identificação dos casos de violência contra a mulher, idosos e crianças.

“As pessoas que presenciam um acto de violência podem denunciá-lo e a Polícia da República de Moçambique (PRM) deslocar-se-á ao local para tomar as devidas providências e instaurar o competente processo-crime para posterior encaminhamento  às instâncias judiciais”, explicou.

A fonte relatou ainda que por se tratar de um crime público não é necessário que o denunciante seja a vítima.

“Em muitos casos, as mulheres sofrem violência e permanecem em silêncio por acreditarem que o agressor mudará. No entanto, o ciclo de violência repete-se. Assim, as denúncias, mesmo anónimas, facilitam a intervenção da Polícia”, disse.

A chefe do departamento apelou aos cidadãos a optarem pelo diálogo para a resolução de conflitos sociais e aconselhou as vítimas a apresentarem queixa sempre que sofrerem este e/ou outros tipos de crime.

No gabinete de assistência às vítimas de violência na cidade de Maputo, o “Notícias” interpelou Ansha, jovem de 18 anos, que ia denunciar a violência psicológica e patrimonial praticada pelos tios, que a expulsaram de casa.

“Os meus tios ofendiam-me sempre e nada do que eu fazia era certo. Ontem (terça-feira), por me ter esquecido de trancar a porta, fui expulsa de casa às 23h00. Sem ter para onde recorrer, vim participar o caso às autoridades”, relatou.

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