Terça-feira, 24 Dezembro, 2024
Início » Tribunal julga desvio de 27 milhões do PMA

Tribunal julga desvio de 27 milhões do PMA

Por Jornal Notícias
1,2K Visualizações

SEIS pessoas, entre as quais duas mulheres, estão desde ontem a ser julgadas pela 5ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade da Beira acusados do desvio de mais de 27 milhões de meticais do Programa Mundial de Alimentação (PMA).

Trata-se de K. Nhamabo e M. Cumbe, que trabalhavam desde 2019 no PMA na Beira como financeiro e assistente financeiro, respectivamente, e F. Joaquim, ex-esposa do primeiro indiciado, que igualmente está arrolada no Processo nº 475/5ªTC/2024, por ter recebido e usado dinheiro ilícito, para além de ser sócia de empresas criadas pelo ex-marido.

A leitura da acusação, proferida pela representante do Ministério Público Marina Macamo, indica que tudo começou em 2021, altura em que K. Nhamabo, que desempenhava as funções de responsável financeiro, aproveitou-se da sua posição privilegiada para emitir, com cumplicidade de M. Cumbe, sua auxiliar, 41 cheques com base em assinaturas falsas para desviar 27.290.988,00 meticais.

Os arguidos, de acordo com a acusação, trabalhavam com um sistema informático, em que inseriam as necessidades que depois de aprovadas eram emitidos cheques para as necessárias assinaturas.

“Em Abril e Maio de 2021 a arguida levantou dez cheques, sendo que três destes foram levantados num dos balcões do “Standard Bank por um motorista da própria instituição, a mando da arguida”, explicou.

Acrescentou que para apoderar-se do dinheiro da conta do PMA M. Cumbe assinou os cheques em nome dos colegas, sem conhecimento destes, com clara intenção de defraudar a instituição.

O MP disse ainda que K. Nhamabo sempre fez a divisão do dinheiro não de forma equitativa. Assim, a arguida M. Cumbe ficou com um milhão e duzentos mil meticais, valor que usou de imediato adquirindo um automóvel, reabilitou a casa da mãe, abriu uma mercearia, comprou uma motorizada e reabilitou a residência onde morava, dentre outras despesas.

Por sua vez, ainda de acordo como o MP, K. Nhamabo a partir do mês de Abril de 2021 começou a realizar depósitos frequentes na sua conta bancária no Millennium bim.

“De Abril a Junho de 2021 o arguido realizou depósitos em numerário e pagamentos por via Mpesa e IZI mais de nove milhões. No dia 1 de Junho de 2021 manifestou, por meio de correio electrónico, o interesse de rescindir o contrato com o PMA, tendo em seguida desaparecido com um computador portátil, cartão de identidade e chaves do escritório”, explicou a magistrada Marina Macamo.

Leia mais…

Artigos que também podes gostar