Domingo, 22 Dezembro, 2024
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PLANEAMENTO FAMILIAR: Utentes denunciam cobranças ilícitas

Por Jornal Notícias
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MULHERES que aderem ao planeamento familiar nas unidades sanitárias do município da Matola denunciaram, há dias, cobranças ilícitas para a remoção dos métodos anti-conceptivos, principalmente o implante.

As cobranças, segundo contaram, são feitas pelos técnicos de saúde que conduzem as consultas, contrariando o princípio de gratuitidade do aconselhamento, colocação e remoção dos anti-concepcionais estabelecido pelo Programa de Planeamento Familiar.

Georgina Dove, residente no bairro Trevo, pagou 300 meticais a uma enfermeira de Saúde Materno Infantil (SMI) para retirar o implante, num dos centros de saúde próximo da sua residência.

“Fui ao Centro de Saúde da Machava II para retirar o método porque me sentia desconfortável, mas recusaram-se alegando que ainda não tinha completado os cinco anos de uso do anti-conceptivo. Então procurei ajuda noutra unidade sanitária, onde a enfermeira cobrou-me 300 meticais”, explicou.

Isabel da Conceição é outra paciente que não escapou às cobranças, quando se dirigiu à unidade sanitária na expectativa de remover gratuitamente.

“Não sabia que se pagava para remover, quando me cobraram 300 meticais na primeira unidade pensei que fosse uma atitude de má-fé da enfermeira, mas percebi que era regra quando fui a mais dois centros”, apontou.

A ponto focal de Planeamento Familiar na Direcção Provincial de Saúde, Nádia de Fátima, esclareceu que o atendimento para o planeamento familiar é gratuito, no entanto, confirma haver reporte de cobranças ilícitas em alguns centros de saúde.

“A mulher é livre de fazer a remoção do método e é a custo zero, no entanto, há momentos em que não temos material e aconselhamos as pacientes a voltarem no dia seguinte. Tivemos denúncias de cobranças, procuramos averiguar a situação mas muitas vezes não há confirmação desta informação. Ainda assim desencorajamos este comportamento por parte dos técnicos de saúde”, indicou.

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