Quinta-feira, 19 Setembro, 2024
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Detido indivíduo suspeito de branqueamento de capitais

Por Jornal Notícias
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UM indivíduo foi recentemente detido pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na cidade da Beira, indiciado da prática de crimes de branqueamento de capitais, exploração ilegal de madeira, fraude fiscal, uso de documentos falsos e associação criminosa para delinquir. 

Trata-se de K. Kwan, de 43 anos de idade,  empresário de origem chinesa, residente no bairro da Ponta-Gêa, que foi detido depois da emissão de um mandado de detenção  internacional.

Alfeu Sitoe, porta-voz do SERNIC neste ponto do país, afirmou que quando o indiciado descobriu que havia uma investigação em curso, tentou se esconder, mas felizmente foi detido, decorrendo agora trabalhos para neutralizar o seu sócio, que pelas informações que a polícia tem, está actualmente na China, sua terra natal.

Segundo Alfeu Sitoe, tudo começou em 2021 com a apreensão de madeira em estaleiros nos postos administrativos de Muxúnguè e Sena, nos distritos de Chibabava e Caia, da empresa C.A.M International, Lda, pertencente a um cidadão de nacionalidade chinesa, ora fugitivo.

“Com o decurso das investigações foi possível constatar que havia guias de madeira extraída no distrito de Machaze (província de Manica) em nome de K. Kwan, cuja licença de exploração havia expirado em 2018; portanto estava a operar à margem da lei, causando prejuízos ao Estado”, afirmou.

Acrescentou que K.Kwan, na companhia do colega, ora na China, criaram a empresa Kaman Lau Ming, Sociedade Unipessoal, em substituição da empresa que operara com a licença fora do prazo, com o objectivo de continuar a exportação de madeira processada de diversas espécies.

O porta-voz revelou também que tanto nesta, quanto noutras firmas, estes sócios não declararam à Autoridade Tributária os valores resultantes daquelas exportações.

 “Por conseguinte, não efectuaram o pagamento de 32 por cento do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC), sobre o valor não declarado, o que consubstancia o crime de fraude fiscal, punido nos termos do nº 1 do artigo 199, da lei nº 2/2006, de 22 de Março”, vincou.

“Para o branqueamento de capitais, criaram 18 empresas. No acto da detenção de K.Kwan, foram apreendidos documentos diversos, alguns pessoais e outros com nomes de empresas que serão minuciosamente investigados, pois podem nos levar a mais elementos de prova. Nesta demanda, um apartamento e quatro viaturas, foram apreendidos”, disse Sitoe.

K. Kwan quando ouvido pelo nosso Jornal, negou o seu envolvimento nestes crimes, alegando  que usou apenas o seu nome para ajudar um amigo.

“Não sei nada sobre branqueamento de capitais; apenas ajudei um amigo, que na altura tinha uma empresa em sociedade com um moçambicano. Houve um desentendimento entre eles. Nessa divergência o parceiro decidiu que tinha que sair”, anotou.  Acrescentou que foi nessa altura que interveio, na expectativa de que ele arranjasse um novo sócio. Assim, durante três meses, segundo diz, emprestou o seu nome para que a empresa continuasse a operar. Por isso, sustentou, é que o seu nome foi associado a tais crimes.

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