Sábado, 16 Novembro, 2024
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Relatos sobre violação sexual preocupam famílias

Por Jornal Notícias
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Celso Rogério

ALGO não está a correr de feição, de modo particular ao nível familiar. Costuma-se dizer que os males que acontecem na sociedade são o reflexo do que acontece nas famílias. O consumo excessivo de álcool e droga, ladroagem, etc., são males de que nos ressentimos diariamente e que urge combater.

Pois, enquanto alguns procuram desempenhar cabalmente o seu papel no núcleo familiar, existem os que “andam em contra-mão”, como dói dizer-se. Ao invés de serem exemplares em casa e consequentemente revelarem o mesmo fora deste espaço, eles quebram todas as regras de boa convivência social ao praticar actos reprováveis.

É triste e desgastante ser confrontado diariamente com informações sobre violação de menores, em alguns casos envolvendo até professores e anciãos, estes que em condições normais são os guardiões da moral e boas práticas.

Sucede que nos últimos tempos as violações e abusos sexuais ocorrem com frequência, uma situação que exige das autoridades medidas para desencorajar o mal. Sabe-se que quem viola sexualmente vai ter de parar na cadeia mas, será que é disso que a sociedade moçambicana precisa?

Assim questiono porque até mesmo em relação a outros tipos de crime cujas penas são pesadas, existem os que continuam a prevaricar, sobretudo porque estimulados por estupefacientes para a prática de más acções.

Observando esta situação questiono se esta prática cujos relatos são diários é um fenómeno novo ou, só agora há espaço e abertura para denúncia. E, mais do que isso, que é feito das vítimas? Será que se faz o acompanhamento psicológico para evitar maiores danos no futuro?

O que se pode fazer mais para reduzir estes casos? São menores que vêm a sua infância e adolescência comprometidas porque para além de serem violadas elas são abusadas uma vez que o adulto toma-as como esposa. E em muitos casos, para ser uma das várias esposas que tem.

Esta situação de violação impede-as de prosseguir com os estudos porque devem cuidar da criança resultante do abuso sexual, ou ainda continua com os estudos mas não progride, revela-se incapaz de assimilar os conteúdos devido ao trauma.

Julgo que por estas alturas já devíamos ter estudos feitos sobre esta problemática para permitir uma abordagem diferente sobre este assunto que não se resumiria somente em afirmar que tio viola e abusa a sobrinha e desse acto resultou uma criança, por exemplo.

Aliás, por vezes as violações e abusos acontecem sob a indiferença da mãe ou da mulher. Todavia, questiona-se também a razão da aparente indiferença daqueles que deviam proteger os menores. Provavelmente devem estar a sofrer ameaças.

Em suma, há um conjunto de aspectos que deve ser levado em consideração, com o objectivo de reduzir as violações. 

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