Ciência, Tecnologia e Ambiente África polui menos, sofre mais e fica estagnada na produtividade Por Anabela Massingue Há 2 meses Criado por Anabela Massingue Há 2 meses 830 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 830 ANABELA MASSINGUE …MUITAS emissões não são de África, pois este continente só tem 4% do total dos gases emitidos pelos maiores detentores da indústria de transporte e de geração de electricidade… foi com estas palavras que o académico Almeida Sitoe enquadrou o problema da poluição, no contexto das mudanças climáticas, cujos efeitos concorrem para a pobreza. Falando em Maputo, na esteira da 13.ª conferência da Sociedade Africana de Ciências Agrárias, havida esta semana, sublinhou que África é das emissões mais baixas que as estatísticas revelam. A contribuição de 4% das emissões globais é atribuída a países com grandes indústrias como África do Sul, com 2%, e os restantes para a Nigéria. Mesmo diante desta realidade, o continente africano é vulnerável às mudanças climáticas porque, explica, apesar das fronteiras administrativas, o clima não age em função das mesmas. Referiu que a subida de temperatura, com a variação de precipitação, formação de ciclones, secas, etc., obedece os ciclos biológicos e químicos que regulam a atmosfera. A vulnerabilidade acontece em vários contextos, mas a grande diferença é que África não está preparada para fazer face a eventos climáticos extremos, por não possuir infra-estruturas adequadas para suportar um ciclone, por exemplo. “O nosso continente não tem economia suficiente para reconstruir o que vem sendo destruído, nem capacidade institucional para gerir os impacto desses eventos de forma coordenada, de modo a reduzir o número de deslocados e evitar que haja mais vítimas mortais, deslocados ou eclosão de doenças”, detalhou. Em face deste cenário, a ciência chama atenção para um trabalho complexo em torno da abordagem da vulnerabilidade climática, que é nada mais que o envolvimento de instituições, infra-estruturas, sociedade, cultura, economia, resumidamente: tratar do desenvolvimento. Em relação à causa da fome que afecta o continente, Almeida Sitoe recuou no tempo para explicar que nos anos 60 a produtividade média de cereais em África era de cerca de uma tonelada por hectare. “A América produz actualmente perto de seis a sete toneladas em área similar, mas o continente africano continua a produzir na proporção de uma tonelada por hectare, com uma população que aumentou cinco vezes. A pergunta é: para esta diferença, de onde virá a alimentação para estas pessoas? É por isso que o continente africano é deficiente em alimentos e continua a depender de importações”, disse. O académico considera a realização de eventos como a 13.ª conferência uma contribuição da ciência na busca de soluções para o fim deste problema, que passa por aumentar a produtividade. “O potencial existe e tem de ser explorado. Vai daí que os agrónomos estão aqui reunidos para ver de que maneira se pode interagir entre políticos, investigadores e produtores para melhorar a situação”, disse. Leia mais… Você pode gostar também Alemanha apoia projectos de energias renováveis Centro de pesquisa apresenta soluções de ração para peixe ILHAS PRIMEIRAS E SEGUNDAS: Reduz captura da tartaruga marinha Seminário capacita quadros em biotecnologia e biossegurança AMBIENTECiênciaDESTAQUESMUDANÇAS CLIMÁTICASPOLUIÇÃO Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Advogados lançam revista “Pulsar Jurídico” Próxima artigo Chuva obriga à mudança do local das exéquias de Dilon Ndjindji Artigos que também podes gostar China envia tijolos para o Espaço para testar construção na Lua Há 3 dias IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: África deve acelerar medidas de contenção Há 3 dias UEM e UP-Maputo na rota da agricultura inteligente Há 4 dias Parque Nacional da Gorongosa já tem 15 hienas Há 4 dias UEM analisa formas de reposição das aulas Há 6 dias ÉPOCA AGRÍCOLA 2024/25: Governo prevê alargamento das áreas de cultivo no país Há 1 semana