DestaquePolítica EFEMÉRIDE: Assinalam-se hoje 60 anos do início da luta armada Por Isaías Muthimba Há 1 mês Criado por Isaías Muthimba Há 1 mês 1,K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 1,K ISAÍAS MUTHIMBA MOÇAMBIQUE assinala hoje a passagem dos 60 anos do desencadeamento da insurreição armada que culminou com a proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975. Foi a 25 de Setembro de 1964 que a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) lançou-se para o campo de batalha armada, depois de não ter conseguido, na batalha diplomática, persuadir o governo colonial a conceder a liberdade ao povo moçambicano. Reza a história que coube a Alberto Chipande a responsabilidade de dar o primeiro tiro que lançou o rastilho de uma luta que abriu caminho para o processo de desenvolvimento económico e social do país, uma tarefa continuada nas zonas libertadas com a abertura de escolas e centros de saúde em benefício da população. Trata-se do ataque a Chai, na frente de Cabo Delgado, cumprindo o comando do Comité Central da Frelimo, que dava como certo o início da guerra às zero horas do dia 25 de Setembro de 1964. A data viria a ser consagrada Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, que hoje comemoram o seu 60º aniversário. A frente viria a viabilizar as primeiras zonas libertadas em Cabo Delgado e Niassa, abrindo as portas para a realização de um sonho e esperança do povo moçambicano de se ver livre da dominação colonial. Este processo congregou toda a comunidade internacional em volta do povo moçambicano para a defesa dos Direitos Humanos como a liberdade, independência e igualdade. PODERIO MILITAR AO LONGO DO TEMPO Depois da conquista da independência nacional, em 1975, alguns desfiles de grande envergadura serviram de demonstração do poderio militar de Moçambique, transmitindo a mensagem de que a vitória sobre o colonialismo foi fruto do heroísmo dos combatentes comprometidos com a causa dos moçambicanos. A primeira montra militar teve lugar na tarde do próprio dia 25 de Junho de 1975, na capital do país, com um desfile que teve lugar na então Avenida do Brasil, actual Avenidas das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), envolvendo os ex-guerrilheiros, que exibiram os meios técnicos militares com que venceram as tropas coloniais. O segundo teve lugar a 25 de Setembro de 1984, na Avenida 25 de Setembro, na cidade de Maputo, onde o exército regular das então Forças Armadas de Moçambique (FAM/FPLM) exibiu o seu arsenal militar, o que serviu para “assustar” o regime do “Apartheid”, que ameaçava a independência de Moçambique. Já o terceiro desfile marcou a passagem dos 40 anos das FADM, em 2004, no Estádio da Machava, na Matola, envolvendo os ramos do Exército, Marinha de Guerra e a Força Aérea. Este desfile foi o primeiro do novo exército saído do Acordo Geral de Paz assinado a 4 de Outubro de 1992 entre o Governo e a Renamo, marcando o comprometimento de todos na defesa da soberania. Todos os anos as FADM e o povo moçambicano celebram a efeméride, que serve para manter viva a memória da necessidade de continuar a defender a integridade territorial do país. Este ano não será diferente, estando agendadas diversas actividades de carácter político e social, incluindo uma exposição que está patente ao público no antigo recinto da FACIM, na baixa da cidade de Maputo. ACORDOS DE LUSAKA RESULTA DA SUPERIORIDADE Entre 1972 e 1974 a FRELIMO adoptou uma estratégia de ataque contra as comunidades dos colonos e desencadeou uma acção na linha de caminho-de-ferro Beira-Tete. Em 1973 os guerrilheiros começaram a minar as cidades e aldeias, numa tentativa de desacreditar a confiança dos civis nas forças portuguesas, o que resultou no descarrilamento de um comboio na linha Beira-Umtali em 1974. No princípio da luta Eduardo Mondlane apregoava uma política de misericórdia para com os colonos civis, o que foi abandonado em 1973 por Samora Machel. Esta mudança levou ao surgimento de protestos dos colonos portugueses contra o governo colonial em Lisboa, um sinal indicador da impopularidade do conflito. O historiador T. H. Henricksen afirmou em 1983 que nesse período “o pânico, desmoralização, abandono e sensação de futilidade eram as emoções entre os brancos em Moçambique”. No último ano do conflito, em 1974, a opinião generalizada entre os militares portugueses era de que esta guerra se encontrava numa situação insustentável e, face à gravidade dos acontecimentos, o Movimento das Forças Armadas (MFA) reuniu-se e expôs as suas preocupações ao General Spínola, numa carta assinada por 180 oficiais. Neste novo contexto do conflito é demitido o comandante da Região Militar de Moçambique e em Lisboa há movimentações políticas. Em Março de 1974 os generais Costa Gomes e Spínola são demitidos, o que determinou o fim das operações militares em Moçambique. A crescente instabilidade em Portugal culminaria, em 25 de Abril de 1974, com a Revolução dos Cravos, um golpe de Estado realizado pela esquerda militar em Lisboa, que depôs o governo de Marcelo Caetano. Na ocasião o novo chefe de governo, o General António de Spínola, anuncia o cessar-fogo. As primeiras tentativas de negociação de paz entre a Frente de Libertação de Moçambique e o governo português datam de Setembro de 1973, envolvendo o empresário Jorge Jardim, que havia se estabelecido em Moçambique e com contactos privilegiados tanto em Portugal como em África. Jardim encontra-se com Kenneth Kaunda, presidente zambiano, para analisar o esboço de um “acordo de paz” para as partes envolvidas no conflito. No entanto, a apresentação desta proposta ao governo presidido por Marcelo Caetano não foi bem recebida. Novamente, em Junho de 1974, depois do golpe de Estado, Portugal faz nova tentativa de acordo de paz e cessar-fogo, numa reunião em Lusaka, capital da Zâmbia. Estiveram presentes no encontro o Presidente Kaunda, Mário Soares (então ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal), Otelo Saraiva de Carvalho e Samora Machel. Este encontro não correu bem e a proposta não foi aceite pela FRELIMO, que dada a instabilidade e desorganização militar portuguesa em Moçambique os guerrilheiros atacavam as propriedades dos cidadãos brancos, o que só viria a cessar em Agosto de 1974. As negociações entre a administração portuguesa e a FRELIMO culminaram com a assinatura dos Acordos de Lusaka no dia em 7 de Setembro de 1974, na Zâmbia, com a transferência da soberania para as mãos da Frente de Libertação de Moçambique. A independência de Moçambique foi, finalmente, proclamada em 25 de Junho de 1975, precisamente na data em que se assinalava a passagem do 13º aniversário da fundação da FRELIMO. 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