Sexta-feira, 27 Setembro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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A CORRIDA a inquilino da “Ponta Vermelha” continua a polarizar as atenções dos potenciais eleitores, quando estamos a dez dias do fim da campanha de caça ao voto. Os concorrentes não arredam pé, multiplicando-se em promessas para conquistar a simpatia da esmagadora maioria da população.

Eles cruzam-se por este imenso Moçambique, mas cada um seguindo o seu destino. Os quatro candidatos à Presidência da República lutam pela governação do país, mas só um será consagrado novo Presidente, em resultado da votação de 9 de Outubro.

Para que isso se efective, é necessário que cada moçambicano em idade eleitoral activa saiba que no seu voto reside o futuro de Moçambique. Até agora, a campanha eleitoral decorre sem grandes alaridos, a despeito de serem preocupantes, no contexto democrático, algumas atitudes pouco dignas protagonizadas por apoiantes de determinados concorrentes, numa clara demonstração de intolerância política.

Com efeito, em determinados círculos eleitorais são reportados casos inquietantes que consubstanciam ilicitudes, quando se esperava que, volvidos 30 anos desde as primeiras eleições multipartidárias no país, os actores interessados e seus apoiantes já tivessem maturidade e cultura politico-democrática suficientes e necessárias para o aprimoramento, consolidação e preservação da paz e democracia. Mais uma vez, as lideranças politico-partidárias são chamadas a assumirem o dever de transmitir aos seus membros e simpatizantes mensagens de paz e convivência pacífica e harmoniosa com os adversários de ocasião e com todo o povo moçambicano.

Reconhecidamente, e de um modo geral, até agora, os concorrentes, sobretudo os candidatos presidenciais, passaram ao eleitorado as suas mensagens, ou seja, transmitem as linhas de força que corporizam os seus manifestos de governação. Caberá a esse mesmo eleitorado fazer o devido juízo, avaliando a exequibilidade ou não das promessas para decidir em quem votar.

No geral, observámos que, no arranque da campanha, alguns partidos concorrentes não se fizeram ao terreno e nem preencheram os seus tempos de antena reservados por lei na rádio e televisão públicas. Longe de pretendermos julgar esses concorrentes, somos de opinião, porém, que, tendo em conta que os recursos são escassos, deviam servir-se (muitos deles) da experiência dos processos já realizados no país para melhor se posicionarem e entrarem no jogo, contando, em primeiro lugar, com as próprias forças.

A dez dias do término da campanha, esperamos que os concorrentes invistam todo o seu potencial, aprimorando cada vez mais as suas estratégias de “namoro” ao eleitorado para que, efectivamente, ninguém fique de fora no dia 9 de Outubro. Auguramos que, desta vez, o sufrágio decorra num ambiente de paz e irmandade, sem rixas que levem as pessoas a parar em esquadras e tribunais, tal como aconteceu nos processos eleitorais já realizados em Moçambique.

Solidarizamo-nos com os nossos compatriotas de Cabo Delgado, alguns dos quais poderão exercer o seu direito cívico de votar condicionados, por causa da espiral de violência provocada pelos terroristas. Acreditamos, todavia, que as autoridades tudo ao seu alcance farão para que estes nossos irmãos votem com tranquilidade.

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