Terça-feira, 1 Outubro, 2024
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BELAS MEMÓRIAS: O aniversário!

Por Jornal Notícias
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FAZER ou completar anos é, para muitos, uma ocasião de celebração e não um momento de se passar despercebido. Há quem defenda que, todos os anos que um indivíduo faça ou complete devem ser motivo de celebração, pois não se sabe se tal proeza repetir-se-á.

Alguns celebram mesmo para valer, com festas de arromba que nunca se apagam da  memória dos convivas satisfeitos pelo acolhimento, tornando-se motivo de comentários/conversa por muito tempo.

Os elogios nunca faltam, a quem os obsequiou com a festa, porque é visto como “gente da boa cena” que, por isso, amigos não faltam em sua volta. Tem-nos para muitos senão quase todos os momentos da sua vida.

Todos preocupam-se com ele por tudo e por nada, afinal a vida é assim mesmo. Feita de interesses. A sua mínima ausência é sentida por muitos. Mas nessas coisas de celebração acontece um pouco de tudo. Já falei aqui neste espaço do primeiro aniversário, em que o dono da festa nem sequer entende a razão de estar envolvido num frenesim.

Teme tudo o que está em sua volta, de tantas caras não familiares, do barulho da música e das vozes que de uma e de outra mesa soam, em gargalhadas que intercalam os comes e bebes.

Nalguns casos, o bebé chora até aos soluços, de cada vez que lhe é colocado perto dos convidados a ele estranhos, e a calma só regressa quando recolhe a um canto, geralmente na companhia de quem o cuida.

Os choros agudizam-se no momento mais alto da solenidade, quando se canta o “parabéns a você.” Claramente aqui se está perante um momento de alegria para os demais que celebram esse marco e nunca à criança homenageada.

Num outro momento vejo um enquadramento, infeliz, de quem realmente só tem o desejo de celebrar, de não deixar passar a data de forma despercebida. Junta familiares e amigos para o nada e todos saem a murmurar pelos cantos, pois o momento, de festivo nada teve. Até corre o risco de perder amigos, no lugar de os conquistar, por tudo ter sido Off.

Mas há quem no meio de tanta insuficiência orçamental também faz festa para não ser menos que os outros. Afinal de contas ele também nasceu e lhe foi permitido testemunhar esta data até onde o altíssimo permitir.

Em casa tenta reunir tudo como manda o figurino, mesmo que seja necessário forçar os convidados a fazer contribuições, até completar o que era do seu agrado, para uma celebração à altura dos seus sonhos.

Por ver o sucesso, alguns tentam seguir a experiência, mas quando não têm uma legião de amigos capaz de os apoiar financeiramente e fazer as coisas acontecerem vêm-se na eminência de mergulhar em dívidas, às vezes difíceis de sanar, tudo para não deixar o dia passar despercebido e serem menos que os outros que de aniversário em aniversário entram na lista dos amigos que valorizam a convivência.

De amigos meus lá na diáspora tenho apreciado uma outra forma de celebração do aniversário. Nas imagens que nos dão a ver, como rescaldo, nunca vejo mesa farta, sala, ou quintal abarrotado de convidados, senão algumas taças de espumante ou chávenas de chá, um bolo e desta forma vão somando anos, tal como os outros, sem nunca somar prejuízos como endividamento. A todos os aniversariantes de hoje, incluindo-me, um feliz aniversário!

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