Terça-feira, 5 Novembro, 2024
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Lisboa defende preferência por imigrantes lusófonos

Por Jornal Notícias
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PORTUGAL considera natural a preferência política dada aos imigrantes dos países de língua portuguesa, no âmbito dos compromissos internacionais e da própria integração dessas comunidades, afirmou ontem o presidente da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

A escolha preferencial do Estado português pelos imigrantes vindos dos países lusófonos resulta de “opções políticas que a AIMA não comenta”, mas Pedro Gaspar admite que isso é comum a vários países europeus, que “têm algum tratamento diferenciador pela positiva nas suas famílias linguísticas”.

“Quando falamos que somos um país irmão e que há uma irmandade linguística deve haver consequências” políticas, afirmou, reconhecendo que essa opção, em muitos casos, “não é mais do que uma perspectiva de defesa da língua”, mas também da “cultura e dos valores” que contribuem de um modo “mais eficaz na integração” na sociedade.

A isso somam-se “os próprios interesses empresariais” que “podem preferir uma lógica de maior identificação cultural e linguística”, disse.

A Solidariedade Imigrante, a maior associação do género em Portugal, acusou na sexta-feira o Governo de estar a promover uma “política de ‘apartheid’”, comentando as decisões do Governo, que suspendeu as manifestações de interesse e anunciou regras mais ligeiras para os imigrantes lusófonos, em particular brasileiros e timorenses (isentos de visto).

Em relação ao número de estrangeiros em Portugal, calculados em 1,044 milhão, o presidente da AIMA considera-o até abaixo da média europeia, em particular dos países do sul, o que mostra a capacidade de acolhimento potencial do país.

O fim das manifestações de interesse foi anunciado no contexto de várias medidas, entre as quais as promessas de reforço nos consulados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, para dar resposta aos vistos de trabalho ou de procura de trabalho, algo que ainda não sucedeu.

O objectivo é uma “melhor conciliação, um casamento entre procura e oferta”, explicou, manifestando a abertura da AIMA em “alargar essa figura dos oficiais de ligação com a rede consular, onde os próprios recolhem dados biométricos” dos candidatos a visto.

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