Segunda-feira, 7 Outubro, 2024
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META É BAIXAR A 50 POR CENTO: Redução de novas infecções por HIV tem sido insuficiente

Por Ana Rita Tene
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A REDUÇÃO para metade das novas infecções pelo HIV até 2025 e o alcance do total controlo da epidemia, nos próximos seis anos, exige do país uma abordagem multissectorial e alocação de mais recursos nas acções de prevenção. Segundo o secretário-executivo do Conselho Nacional de Combate ao HIV e Sida (CNCS), Francisco Mbofana, é imperativo que os programas de prevenção sejam abrangentes, eficientes e equitativos para eliminar a doença como problema de saúde pública no país. A asserção de Mbofana surge num momento em que Moçambique continua entre os países com maior número de novas infecções, com mais de 81 mil casos diagnosticados em 2023. Em entrevista ao “Notícias”, que publicamos a seguir, o responsável defende a expansão dos modelos diferenciados de serviços, eliminação do estigma e discriminação e a melhoria da literacia sobre o tratamento, pois muitos ainda não sabem por que tomam os medicamentos anti-retrovirais e outros da profilaxia contra o HIV/Sida.

NOTÍCIAS (Not.): A redução de novas infecções por HIV não tem sido ao ritmo almejado em Moçambique. O que deve ser feito para se alcançar o decréscimo para metade até ao próximo ano, conforme o planeado?

Francisco Mbofana (FM): Ao longo dos anos a redução do número de novas infecções tem sido lenta e insuficiente. Felizmente, estamos a registar uma aceleração na redução nos últimos três anos, que coincidem com o período de implementação do 5.º Plano Estratégico de Reposta Nacional (PEN V). Entre 2019 e 2023, registámos na população geral uma redução de 38 por cento e nas raparigas adolescentes e mulheres jovens de 39 por cento no número de novas infecções. Nos últimos três anos os contágios reduziram em média na ordem de  12,5 por cento por ano na população geral. Se esta tendência se mantiver, pela primeira vez o país vai alcançar a meta de baixar em 50 por cento. Para a redução acelerada das novas infecções o país elaborou e está a implementar um roteiro de prevenção do HIV. O tema central do roteiro, “Responsabilização Mútua para Acabar com Novas Infecções”, reflecte a ênfase na abordagem multissectorial, assim como a intensificação da coordenação e monitoria.

Not.: Que oportunidades existem na área de prevenção do HIV?

FM: Este ano, particularmente, estamos diante de oportunidades sem precedentes para a prevenção do HIV. O que temos de fazer é implementar com sucesso a prevenção combinada do HIV em grande escala para ampliar as escolhas disponíveis para as comunidades. É imperativo que estes programas sejam abrangentes, eficientes e equitativos. As estratégias necessárias para o sucesso e a sustentabilidade já são conhecidas, comprovadas e amplamente aceites, nomeadamente a colaboração, evidência científica, combate às desigualdades, protecção dos direitos de todas as pessoas, liderança das comunidades e investimento adequado. O financiamento também é fundamental para maximizar as oportunidades existentes.

Not.: O sector introduziu o tratamento profiláctico (profilaxia pré-exposição) para grupos de alto risco de contrair o HIV. Que passos foram dados?

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